Abertura

Não há risco zero, mas criatividade dos jovens permite convívio com perigo reduzido

25 set 2020 09:44

Autoridade de saúde alerta para cumprimento das regras nas escolas

nao-ha-risco-zero-mas-criatividade-dos-jovens-permite-convivio-com-perigo-reduzido
A maioria das escolas criou circuitos internos para evitar o cruzamento e ajuntamento de alunos
Ricardo Graça

“O risco zero não existe. Não há respostas nem intervenções feitas à medida para tornar o risco zero. Há um risco que temos de ponderar e há recomendações e orientações que temos de cumprir”. O alerta foi deixado por Odete Mendes, coordenadora da Saúde Pública do Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Litoral, durante o Fórum Educação, organizado pelo Município de Leiria.

O director do Agrupamento de Escolas de Marrazes, Jorge Edgar Brites, apontou para o problema que os alunos enfrentam relativo aos intervalos reduzidos.

O docente salientou que a inibição de contacto social poderá também ela ser um problema de saúde pública para os jovens, que necessitam de manter a ligação com os amigos.

“Temos de encontrar novas formas para que eles se encontrem, respeitando a distância social, as regras de etiqueta respiratória e usando máscara. Temos de os deixar sociabilizar como nós sociabilizamos com outras pessoas”, afirmou Rosa Reis Marques, presidente do Conselho Directivo da Administração Regional de Saúde do Centro, durante o evento, que foi transmitido online.

A responsável sublinhou que as crianças vão conseguir estar juntas “sem ser aos abraços, respeitando a distância e usando as regras importantes”. “Acredito que os jovens são criativos e vão encontrar formas para conviverem sem se porem em risco. Não os podemos impedir de continuarem a falar com os seus amigos a e a comunicarem com eles”, sublinhou Rosa Reis Marques.

O medo será o principal problema neste momento, afiançou Odete Mendes. “Se há uns que desvalorizam, outros estão imensamente assustados, e aqui incluímos as escolas e os professores, pelo sentido de responsabilidade que lhes está imputado. Temos de sair deste caminho, porque o medo inibe outros comportamentos”, afirmou a delegada de saúde.

Admitindo que casos positivos de Covid-19 poderão aparecer todos os dias nas escolas, Odete Mendes disse que a mensagem tem de ser de “confiança”. “Há um esforço enorme congregado e um conjunto de entidades que trabalharam em conjunto para minorar as consequências da existência de uma situação que aparecerá todos os dias mais do que uma vez. Leiria tem o privilégio de ter uma rede articulada de instituições que funciona com as escolas.”

A médica constatou que este “poderia ter sido um momento para se fazer uma reformazinha a sério do ponto de vista dos tempos lectivos e da redução da carga lectiva”, tendo em conta os intervalos mais curtos.

No entanto, desafiou os professores a “interagir e administrar conhecimento nos espaços exteriores da escola”, sobretudo enquanto a meteorologia permitir.

A responsável pela saúde pública em Leiria considerou ainda que é possível fazer um trabalho de responsabilização com os jovens. “A Covid na população jovem é assintomática. se devolvermos para eles o sentido de responsabilidade, se pensarem que podem ter de ficar fechados num quarto sem poder sair ou contaminar os colegas, eles poderão assumir a responsabilidade: respeito por mim e pelo outro.”

Pré-escolar pode usar equ

Este conteúdo é exclusivo para assinantes

Sabia que pode ser assinante do JORNAL DE LEIRIA por 5 cêntimos por dia?

Não perca a oportunidade de ter nas suas mãos e sem restrições o retrato diário do que se passa em Leiria. Junte-se a nós e dê o seu apoio ao jornalismo de referência do Jornal de Leiria. Torne-se nosso assinante.

Já é assinante? Inicie aqui
ASSINE JÁ