Opinião
O que posso fazer? Escolher em quem votar e votar!
Nas próximas eleições o meu voto não será para quem tem como grande objetivo a competição e deixa que as bestas assassinas que existem no meu mundo construam as vidas que quiserem
Não sei se é por feitio, pela educação que tive, ou por aquilo que aprendi para ser professora, mas adquiri a mania de antes de produzir uma avaliação sobre um qualquer comportamento que me agride ir à procura das possíveis causas que o originaram. Este procedimento revela-se-me muito vantajoso, uma vez que transforma uma minha resposta-reação agressiva numa outra mais adequada ao estabelecimento de pontes com o meu agressor.
No entanto, esta minha estratégia tem algumas limitações. Uma delas é que só se aplica no seio dos humanos e infelizmente, no mundo há seres que não o são. Não são pessoas, mas também não são animais pois, como diz Lorenz, na generalidade do reino animal, numa luta, o desvio e a reorientação do ataque destinam-se a impedir que, durante as manifestações de agressividade esses seres congéneres se lesem ou matem entre si.
O que são então? Para mim bestas assassinas que das duas uma, ou têm problemas no sistema límbico, ou se tornaram, em busca pelo poder absoluto, robôs, isto é, seres defeituosos, que não cabem em nenhuma classificação racional!
Ora, sentindo-me agredida pelas bestas assassinas, de todas as nacionalidades, que se me revelam nas duas guerras que andam a ser mais faladas, pus-me à procura de uma estratégia capaz de produzir uma resposta que me satisfizesse: assertiva, mas também empática que me permitisse não me sentir só a reagir com carpideiras lamentações.
Dei voltas e mais voltas e acabei por concluir que será nas próximas eleições para o Parlamento Europeu que, através do meu voto, eu irei combater “a desumanidade de um sistema económico injusto, no qual prevalece (…) a violência e a ruína que gera a guerra, a perseguição e a fome”.
E não deixa de ser curioso! Apesar desta frase ter sido proferida pelo jesuíta Pinilla, ao procurar os grupos políticos no Parlamento Europeu me aparecer o PPE que se diz democrata cristão e que logo na sua primeira página, ilustrada por uma imagem de um cargueiro com contentores e com a legenda “Mais e novo comércio mantém a Europa na liderança”, afirma ter como objetivo: “(…) criar uma Europa mais competitiva e democrática, onde as pessoas possam construir a vida que querem.” Apeteceu-me dizer “vade retro satanás”.
Que me desculpem o PSD e o PP, que pertencem a esse grupo político, mas depois disto fiquei com uma certeza: nas próximas eleições o meu voto não será para quem tem como grande objetivo a competição e deixa que as bestas assassinas que existem no meu mundo construam as vidas que quiserem. Não, não e não!