Viver

A profissão deu tantas voltas que a “devolveu” ao Brasil

24 nov 2019 17:00

Adriana Afonso vai à Máquina do Tempo

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Ex-jornalista encontrou novos desafios profissionais em Coimbra
DR
Daniela Franco Sousa

Depois de tantos anos de dedicação ao jornalismo, uma paixão imensa que esse ofício nem sempre soube corresponder, eis que a luso-brasileira Adriana Afonso acarinhou uma nova profissão. Além de continuar a alimentar a sua personalidade comunicativa, o trabalho na Universidade de Coimbra devolveu- lhe a oportunidade de privar com jovens brasileiros e de, não raras vezes, voltar viajar por terras de Vera Cruz.

Nascida em 1972, Adriana Afonso era a única menina entre cinco irmãos educados no seio de uma família de minhotos emigrados no Brasil. Apesar de ter crescido em Niterói, no Rio de Janeiro, Adriana recorda que a sua educação foi diferente e sempre marcada pela disciplina portuguesa. Além das regras mais rígidas e do vocabulário luso, eram tantos os costumes que a sua família mantinha do outro lado do Atlântico – como o bacalhau cozido com batatas na ceia de Natal – que Adriana foi sempre uma portuguesa no Brasil e, mais tarde, uma brasileira em Portugal.

Numa família de tantos rapazes, a menina depressa se mostrou comunicativa e argumentadora. O pai gostaria que tivesse sido médica, mas Adriana optou sem hesitação por seguir o curso de Jornalismo na Universidade Gama Filho, instituição onde Marcelo Caetano dera aulas. Aliás, antes mesmo de concluir o curso, já Adriana Afonso trabalhava no jornal O Fluminense.

Tempos mais tarde, ver a filha a escrever num periódico que atravessou três séculos e perceber que o nome dela era já conhecido na cidade, tornou-se motivo de orgulho para o pai. Em meados dos anos 90, fazer jornalismo no Brasil, sobretudo na editoria de Polícia, área que mais aliciava a jovem repórter, era mais ou menos como “trabalhar em cenário de guerra urbana”, muitas vezes envolvendo tiroteios.

Um grave acidente de automóvel veio mudar radicalmente o curso da vida de Adriana Afonso. Demasiado tempo confinada à cama, o computador foi aforma encontrada para espreitar o mundo e tentar “rever” Portugal, que não visitava há muitos anos. E foi através da internet, e do mirc, que veio a conhecer o futuro marid

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