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Arquitectura. Docente do Politécnico de Leiria vence Prémio Fernando Távora 2023
Bolsa para viagem de investigação premeia docente da ESAD em Caldas da Rainha
O Politécnico de Leiria divulgou na quinta-feira que Luís Santiago Baptista, docente da Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha (ESAD.CR), é o vencedor da edição de 2023 do Prémio Fernando Távora, atribuído, no início de Outubro, pela Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos.
O júri escolheu a proposta Na Linha da Frente, de que Luís Santiago Baptista é co-autor com Maria Rita Pais.
Maria Rita Pais e Luís Santiago Baptista recebem uma bolsa de viagem para investigação no valor de seis mil euros.
Segundo a Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos, a 19.ª edição do Prémio Fernando Távora contou com o maior número de participantes dos últimos três anos.
O trabalho Na Linha da Frente. A arquitectura do bunker nas linhas de defesa da Europa Central destaca-se, segundo o júri, por ser “uma proposta consistente, com um plano de viagem extremamente bem estruturado e pormenorizado, demonstrando preparação prévia rigorosa”.
O projecto “apropria-se e reformula o próprio conceito de viagem, através da forma como os candidatos pensaram a relação com o território e a especificidade na aproximação a cada um dos lugares”, pode ler-se no site da Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos.
“Um dos factores que pesou na distinção desta proposta face às demais, prende-se com o seu conteúdo imagético e de fascínio por estes objectos arquitectónicos, de alguma forma ocultos e desconhecidos, inscrevendo-a numa reactivação dos problemas de fronteira e de guerra que nos vêm afligindo. A proposta procura a discussão do passado destes objectos, também em Portugal, e da sua importância para a memória coletiva futura”, explica a organização.
Na Linha da Frente propõe, de acordo com o documento de candidatura apresentado pelos autores, “um percurso pela Europa central realizado de automóvel e a pé. A viagem propõe a revisitação, no desassossegado momento presente, das estruturas mais belas e problemáticas da 2ª Guerra Mundial. Os bunkers são fortificações militares defensivas, concebidas como pontos estratégicos de localização de material militar, protecção de pessoas e reserva de mantimentos. No entanto, são igualmente concebidos para possibilitar o ataque bélico. Por questões tácticas, são habitualmente construções subterrâneas, activando as tecnologias de construção mais resistentes e eficazes. Historicamente, o bunker faz parte da terceira fase da história da evolução da arquitectura militar, que se caracteriza pela construção de pequenas estruturas super fortificadas disseminadas e invisíveis no território. Enquanto a antiga muralha e o forte abaluartado são visíveis e identificáveis, o bunker oculta-se na paisagem, fundindo-se com ela”.
O resultado da investigação de Maria Rita Pais e Luís Santiago Baptista será apresentado em Abril de 2025.