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Bienal de Cinema de Leiria. “Muita gente desconhece os grandes nomes do cinema português. E são esses que pretendemos trazer para cá”

28 set 2023 14:15

A um mês da primeira edição, o programa já disponível inclui os realizadores João Gonzalez e David Bonneville, a cantora e compositora Surma e parcerias com o Porto Femme e com o MOTELX

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Cátia Biscaia, da organização, antecipa “uma grande homenagem ao cinema, com uma programação, exclusivamente, portuguesa”
DR

Entre muitas outras iniciativas, durante a Bienal de Cinema de Leiria será inaugurada a projecção das obras vencedoras da segunda edição do Mimo Video Art e está anunciada uma exposição de cartazes de filmes antigos.

Conversas com João Gonzalez e David Bonneville, que vão ter filmes exibidos durante o certame, um concerto de Surma com música para cinema e uma noite de terror na Bienal de Cinema de Leiria em parceria com o MOTELX são alguns dos destaques da Bienal de Cinema de Leiria, que, na primeira edição, de 27 de Outubro a 5 de Novembro de 2023, oferece longas-metragens, curtas-metragens e uma componente formativa.

O programa já está disponível no site do Leiria Film Fest.

Quais são os objectivos da Bienal?
A Bienal de Cinema de Leiria, que decorrerá de 27 de Outubro a 5 de Novembro de 2023, pretende ser um dos eventos de grande destaque na programação do museu da imagem em movimento (m|i|mo) que, de dois em dois anos, será palco de uma festa em homenagem à longa-metragem, oferecendo, igualmente, uma componente formativa na área da sétima arte. A ideia é a de reunir várias pessoas e várias áreas artísticas num único local em prol do cinema português.

De que modo esses objectivos diferem dos objectivos do Leiria Film Fest e dos objectivos da programação que o Leiria Film Fest assegura no m|i|mo?
O Leiria Film Fest é um festival de cinema de curtas-metragens, com concurso; e a Bienal pretende focar-se em longas metragens, curtas metragens e na formação, mas um evento geral de homenagem e sem a parte da competição. Também difere do resto da programação que temos no m|i|mo porque, o que temos é um ciclo de cinema temático (neste momento o ciclo Almas Inquietas que termina no próximo dia 7 de Outubro, com o filme Vortex, de Gaspar Noé), e o Mimo Video Arte (centrado em videoarte). A Bienal não vem substituir nada disso. Apenas acrescenta valor ao que já se faz. Sentimos que este evento acaba por complementar a oferta que o m|i|mo oferece na área do cinema, e mesmo nós, no Leiria Film Fest. Acaba por ser uma grande homenagem ao cinema, com uma programação, exclusivamente, portuguesa e que pretende dar a conhecer o que se faz em Portugal, as pessoas que move, aliado a uma componente formativa. Muita gente desconhece os grandes nomes do cinema português da actualidade. E são esses que pretendemos trazer para cá – também para descentralizar a oferta artística de cinema das grandes cidades.

Em Leiria existe já uma oferta de cinema independente que complementa o circuito comercial, existem festivais e ciclos de cinema, há filmes feitos por gente de Leiria, há uma empresa que produz software para cinema; o que é falta neste ecossistema, que passos devem ser dados a seguir?
Apesar de parecer muita, a oferta ainda está longe de ser aquela que se oferece nas grandes cidades com uma grande movimentação artística nesta área. O que é compreensível, porque estamos fora de Lisboa ou Porto e cineastas e outros profissionais do cinema não se cruzam, regularmente, nas ruas da cidade. Acho que é importante este crescente de oferta para que Leiria veja que há mais na vida artística da cidade, além da música, tanto que, no fundo, gostamos de fazer convergir todas as áreas artísticas também para aqui. O cinema acaba por ser uma arte que reúne todas. E quanto mais oferta houver, mais o nome de Leiria, aliado ao cinema, pode crescer e ser falado fora da cidade, para que possamos entrar de uma forma ainda mais convicta no mapa do cinema de Portugal.