Câmara de Leiria vai pagar 840 mil euros pela Quinta do Faria, na Caranguejeira

A aquisição da Quinta do Faria, espaço com cerca de seis hectares localizado na freguesia da Caranguejeira, onde se realiza o Leiria Kids, vai custar 840 mil euros à câmara (14 euros por metro quadrado). A compra, que o JORNAL DE LEIRIA anunciou na semana passada, foi aprovada, na terça-feira, em reunião de executivo, por unanimidade.

O objectivo do município é criar no local, um ecoparque, aproveitando os vários elementos didácticos, lúdicos e sensoriais associados ao uso da água existentes na quinta. O projecto pensado pela autarquia contempla ainda “hortas e animais” de carácter educativo, circuito de arborismo e de equipamentos infantis e juvenis de lazer e recreio adaptados à natureza do espaço e uma piscina alimentada pela nascente do Olho do Vale do Sobreiro, localizada a menos de um quilómetro do local.

Concordando com a aquisição, os vereadores da oposição Álvaro Madureira e Daniel Marques, defenderam, no entanto, que a proposta de compra devia contemplar uma segunda avaliação, para “dar transparência e conforto à decisão”. “Andámos dois ou três anos a valorizar o património, a ‘engordar o porquinho’, que foi muito bem promovido. É um património necessário, mas temos de ser críticos da forma como fazemos a aquisição”, apontou Álvaro Madureira, reconhecendo que “a Caranguejeira merece um ecoparque”.

O vereador da oposição foi ainda mais longe e voltou a sugerir que município deve avançar também com um projecto para o Olho do Vale Sobreiro, adquirindo terrenos à volta e criando uma ligação ao futuro ecoparque. “É um local de referência de gerações, que merecer ser valorizado pela sua importância social, mas também ambiental”, alegou.

“Este é um começo. Admitimos fazer ligações e pontos com outros espaços”, assumiu Anabela Graça, vice-presidente da câmara, que considerou a aquisição da Quinta do Faria como “uma decisão estratégica, alinhada com os objectivos de desenvolvimento sustentado, coesão territorial e de qualidade de vida da população”.

A vereadora referiu ainda que esta compra permitirá “descentralizar eventos” e será uma mais-valia para a protecção civil, já que existe no local um ponto de água.

Já sobre a observação dos vereadores da oposição, de existir apenas uma avaliação ao imóvel, Anabela Graça frisou que o município recorreu a um perito constante da lista oficial do Ministério da Justiça, e que o processo vai ainda passar pela Assembleia Municipal e pelo Tribunal de Contas.