Sociedade
CDS-PP de Leiria critica Governo por não pôr construção de ETES no topo das prioridades
Durante a audição na Comissão de Agricultura e Mar, Maria do Céu Antunes referiu que, “de acordo com a Estratégia Nacional para os Efluentes Agropecuários e Agroindustriais [ENEAPAI]", a construção de uma ETES "não está no topo das prioridades"
A Comissão Política Distrital de Leiria do CDS-PP criticou hoje a ministra da Agricultura e do Mar, por ter anunciado que a construção de uma estação de tratamento de efluentes suinícolas (ETES) “não está nas prioridades”.
Numa nota de imprensa, o CDS-PP recordou que, no dia 10 de fevereiro, durante a audição na Comissão de Agricultura e Mar, Maria do Céu Antunes referiu que, “de acordo com a Estratégia Nacional para os Efluentes Agropecuários e Agroindustriais [ENEAPAI]", a construção de uma ETES "não está no topo das nossas prioridades”.
“Desconhece [a ministra] o que a população tem passado com as descargas ilegais das suiniculturas. (...) No ano passado houve 14 denúncias de descargas de efluentes pecuárias registadas pela GNR e, durante este ano, a GNR já detectou 11”, lê-se no comunicado.
Para o CDS-PP, a ministra da Agricultura e o ministro do Ambiente e Transição Energética são responsáveis “por não permitirem” que o distrito de Leiria, que “todo este território reinvente um contrato social com o mundo agro-rural para lá de todas as dicotomias reais e artificiais criadas pela modernidade urbano/industrial e urbano/rural”.
“Esses ministros passaram a ser cúmplices no insucesso de uma política adiada para um desenvolvimento sustentável de Leiria”, sublinha a nota, ao considerar que a “resolução deste crime ambiental é pertinente e, sobretudo, mais do que prioritário”.
O CDS-PP acrescentou ainda que o Governo “poderia ser mais célere a criar condições para um mercado agroecológico, fonte de bens de mérito e reputação, pela sua natureza socioestrutural”.
“Ao criar mercados de produtos limpos, justos e seguros ambientalmente, ao criar mercados da biodiversidade dos serviços de ecossistema, nomeadamente bens de mérito por excelência e ao criar mercados dos chamados 4R (reduzir, reciclar, reparar e reutilizar), a indústria suinícola bem teria a oportunidade melhorar a sua imagem através da acção política”, lê-se na nota de imprensa.
Segundo o CDS-PP, a “política bem podia criar todas estas condições para que Leiria e toda esta região se transformassem numa marca renovada”.
Depois das declarações do ministro do Ambiente e da Transição Energética, que também referiu no final do ano que a construção de uma ETES em Leiria estaria afastada, e da ministra da Agricultura e do Mar, o CDS-PP considera que está a ser “vedada a Leiria a entrada no pacto ecológico europeu e a sua participação proactiva no futuro dos processos de ruralização”.