Sociedade
Clínicas de diálise em “situação de emergência”
Associação do sector alerta: faltam médicos e enfermeiros, material de protecção e transporte individual para os doentes.
As clínicas de diálise estão numa “situação de emergência”. O alerta é da Anadial – Associação Nacional de Centros de Diálise que, em comunicado, denuncia a falta de equipamentos de protecção individual, de médicos e de enfermagem e de transporte individualizado para os doentes. Deficiências que, segundo a Anadial, contribuem para o “elevado risco” de contágio de Covid-19.
“Estamos perante situações da maior gravidade e emergência, face à natureza dos cuidados de saúde prestados, literalmente vitais”, para os doentes insuficientes renais, “cuja média etária, em Portugal, ultrapassa os 70 anos”, alerta o presidente da Anadial, Jaime Tavares, citado por um comunicado da instituição.
Nessa nota de empresa, a associação chama a atenção para a falta de equipamentos de protecção individual (EPI) para os profissionais de saúde. É também sublinhada a escassez de médicos e de enfermeiros, devido à suspensão, por parte de algumas administrações hospitalares - “também sob pressão na actual emergência” -, das autorizações de acumulação de funções públicas e privadas.
“Há a extrema urgência em criar, localmente, uma bolsa de enfermeiros adstrita às clínicas de hemodiálise, reforçando os dois contingentes (hospitais do SNS e clínicas) e evitando a circulação destes profissionais”, propõe a Anadial.
Outro problema denunciado pela associação prende-se com a falta de transporte individual dos doentes de e para a clínica de diálise, “dado que o transporte múltiplo propicia a criação de novas cadeias de contágio, prática que deita por terra qualquer plano de mitigação de propagação do Covid-19”.
“Porque a actividade dos centros de diálise é de life saving [os doentes não sobrevivem sem tratamento ou transplante], o apelo que aqui deixamos tem a mesma natureza”, conclui o comunicado da Anadial.