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Companhia Corpo estreia Maciço, o projecto em que a dança e o barro estão em diálogo
Primeira apresentação de Maciço - Estórias em Corpo Vivo Esculpidas por Gentes acontece nesta sexta-feira
Maciço, um dos projectos que recebeu apoio no concurso mais recente da Rede Cultura, é estreado nesta sexta-feira, 17 de Março, no Cine-Teatro São Pedro, em Alcanena.
O espectáculo criado pela companhia Corpo inspira-se no ambiente das serras de Aire e Candeeiros e suporta-se na dança, no barro e no vídeo.
A inclusão é um dos valores do colectivo ancorado na Associação de Dança de Leiria e na produção que amanhã vai a palco pela primeira vez participa um bailarino com deficiência cognitiva. Não há distinção entre profissionais e não profissionais. Todos recebem o mesmo e partilham a co-criação.
Maciço conta também com dois ceramistas no papel de bailarinos e inclui na equipa um cineasta.
“Propõe uma reflexão sobre corpos que resgatam uma humanidade una com a natureza, que carregam em si as memórias e a dualidade ora dura, ora frágil”, lê-se na sinopse já divulgada.
“Uma viagem sensorial, um olhar contemporâneo sobre a ruralidade e as estórias da serra, onde encontrámos um Maciço para nos depararmos com o facto que habitamos nele tanto quanto ele habita em nós”, é referido no texto.
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Maciço expressa um “santuário do tempo geológico”, o “chão comum que nos sustenta, reinventando-se a cada momento”, “mutável, impermanente e imprevisível”, e é “um regresso a casa”, avança o colectivo de Leiria na nota de divulgação.
O corpo manipula o barro e a dança manipula o corpo. No novo projecto de co-criação da única companhia profissional inclusiva em Leiria, há oleiros que se tornam matéria-prima e dois mundos em interacção, com uma perspectiva de agora sobre práticas ancestrais.
Desenvolvido a partir da realidade das serras de Aire e Candeeiros, o espectáculo destaca a ligação à terra, entendida como a casa a que se quer voltar.
Maciço - Estórias em Corpo Vivo Esculpidas por Gentes é uma criação de Rute Vitorino, que também participa como bailarina, com os ceramistas e intérpretes Ana Lousada e Carlos Neto e com os bailarinos Beatriz Pereira, Clara Marchana, Júlio Benfica e Patrícia Roda.
O vídeo é de Rafael Almeida, Marina Oliveira assina a direcção de cena, Jorge Ferreira é responsável pela direcção técnica e a direcção executiva está a cargo de Susana Lopes.
A apresentação no Cine-Teatro São Pedro, em Alcanena, tem início às 21:30 horas e os bilhetes custam 3 euros.