Sociedade
De regresso à 'belle époque' no palacete do capitão
Uma noite para duas pessoas, com pequeno-almoço sobre a baía de São Martinho do Porto, fica no mínimo em 100 euros, durante a época alta.
Quando a família de Jaime Granger Pinto se instalou no palacete virado ao pôr-do-sol, na primeira linha de praia, a vila de São Martinho do Porto mantinha o glamour de estância balnear frequentada pela nobreza desde o século XIX. É neste edifício construído entre 1917 e 1920, adquirido entretanto pelo empresário José Luís Fortunato, que funciona o Hotel e Casa de Chá Palace do Capitão. Encerrado durante dois anos, reabriu em Junho de 2015, com a mesma vista privilegiada e um novo terraço sobre a baía.
Os aristocratas que deram a São Martinho a fama de bidé das marquesas começaram a chegar nos finais de oitocentos, entre eles o rei D. Carlos. Junto com o poder económico da burguesia, definiram o ambiente cosmopolita belle époque na chamada praia das crianças e fomentaram o desenvolvimento de chalés inspirados noutras paragens de férias.
Dizem os especialistas que a antiga moradia do capitão Jaime Granger Pinto é dos primeiros exemplos da arquitectura privada de veraneio em São Martinho do Porto. Tem assinatura do suíço Ernesto Korrodi, que além dos elementos mais tradicionais incorporou no projecto referências estéticas art nova e art déco, de acordo com a ficha do imóvel disponível na Direcção-Geral do Património Cultural. Jaime Granger Pinto, engenheiro militar, esteve ligado à comissão de iniciativa responsável pela pavimentação de várias ruas em São Martinho, instalação de iluminação pública eléctrica e dragagem da baía. Também mandou construir uma escola primária do seu bolso e adaptou o carro pessoal ao combate a incêndios, oferecendo-o aos bombeiros voluntários, conta o blogue saomartinhodoporto.blogspot.com, que cita o site da Câmara Municipal de Alcobaça. Um bemérito, portanto.
Leia mais na edição impressa ou torne-se assinante para aceder à versão digital integral deste artigo.