Economia
Economia de defesa é uma oportunidade para as empresas da região
“Os moldes são uma área de enorme interesse para muitos produtos na área da defesa. É tecnologicamente muito evoluída e sabemos que nesta região [Leiria] temos empresas. muito competitivas”, disse o ministro
A economia de defesa é uma oportunidade que está a surgir no contexto europeu para as empresas nacionais que têm tecnologia de ponta, afirmou hoje o ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, na mesa redonda “Economia de Defesa para o Futuro”, na Nerlei - Associação Empresarial da Região de Leiria.
Segundo Gomes Cravinho, o Governo tem um “duplo” papel: “Por um lado, é alertar para as transformações que estão em curso e dizer que há novas oportunidades que estão a surgir e, por outro, é prestar atenção aos problemas, às barreiras de acesso que existem para a entrada nestes mercados extremamente complexos e difíceis.”
Nesse sentido, a idD – Portugal Defense “tem um papel na criação do chamado ‘one stop shop’, na criação de um mecanismo de informação que permite às pequenas e médias empresas conhecerem as oportunidades e saberem como participar em concursos europeus, e a fazer o matchmaking, fazer de casamenteiros, quando as grandes empresas internacionais estão à procura de fornecedores nas diferentes áreas”.
A idD está a constituir uma base de dados sobre as potencialidades da indústria nacional para indicar as empresas que podem corresponder às necessidades do mercado.
“Temos uma indústria de defesa muito simpática, não produzimos bens letais, mas temos empresas que contribuem e fazem parte de cadeias de fornecimento na aviação e da própria protecção individual dos soldados”, sublinhou ainda o ministro.
Gomes Cravinho revelou que as empresas portuguesas “produzem produtos de vanguarda, com tecnologia de ponta, produtos que tipicamente ou a breve prazo têm duplo uso e podem ser usadas no mercado civil”.
“Olhar para uma área onde a indústria é tecnologicamente muito evoluída, o emprego é muitíssimo qualificado e o produto é, na sua esmagadora maioria, para exportação é algo que merece a nossa atenção. Acreditamos que vale a pena apostar nas indústrias de defesa portuguesas”, acrescentou.
O governante recordou que, nos últimos três anos, a União Europeia ganhou noção da importância de trabalhar em projectos colaborativos, tendo sido criado um fundo europeu de sete mil milhões de euros dedicado às indústrias europeias de produção de defesa.
“Não temos nenhum gigante português na área da defesa. Temos, no entanto, um conjunto de empresas, um número que tem vindo a aumentar de ano para ano, e que têm um peso significativo no PIB [produto interno bruto] nacional”, informou.
À margem do evento, Gomes Cravinho acrescentou: “Os moldes são uma área de enorme interesse para muitos produtos na área da defesa. É tecnologicamente muito evoluída e sabemos que nesta região [Leiria] temos empresas muito competitivas”, revelou.
Por isso, o ministro defende ser “fundamental” que essas empresas “tenham o apoio necessário para se inserirem nas cadeias de fornecimento internacionais, num quadro em que está a ser criado um mercado europeu para produtos de defesa”.
Segundo ministro, nos últimos anos, a indústria de defesa representa “praticamente 3% do PIB”.
“Esse montante tem uma característica: 80% é para exportação. Estamos a falar de uma área tecnologicamente evoluída, com gente muito qualificada que produz para exportação, ou seja, tem as mesmas características que queremos para recuperação do nosso país”, reforçou.
Apesar da incógnita sobre o futuro da economia que paira um pouco por todo o mundo, Gomes Cravinho constata que a “instabilidade internacional está a levar a que países pelo mundo fora estejam a investir mais em defesa, portanto, há um aumento de procura e o objetivo é que as empresas portuguesas possam fazer parte da correspondente oferta”.