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Espaço Serra tornou-se “muito apetecível” para residências. Sangue Suor e Jasmim são os próximos
Depois da gravação do álbum, os Sangue Suor voltam a Leiria para preparar concertos. Jasmim é acolhido no Serra pela primeira vez
Nos últimos anos, o espaço Serra tem sido um eixo relevante no desenvolvimento de redes de criação que se estendem para outras regiões do país.
Agora, está de volta a Leiria, para ensaios, o colectivo Sangue Suor, que junta os bateristas Ricardo Martins, Rui Rodrigues e Susie Filipe.
O trio vai estar em residência no Serra, já em Fevereiro, antes de outra residência artística, também confirmada, que em Março leva ao Serra o projecto Jasmim.
“Os Sangue Suor já têm vindo cá várias vezes, gravaram o álbum cá, gravaram o vídeo cá e agora vão preparar os concertos”, explica Miguel Ferraz, presidente da associação que gere o ecossistema multidisciplinar dedicado à criação artística que funciona na Reixida em instalações cedidas pelo Grupo Movicortes.
Já o músico Martim Braz Teixeira, que usa o nome artístico Jasmim, é acolhido no Serra pela primeira vez.
Até hoje, segundo Miguel Ferraz, “95 por cento das residências” estão relacionadas com a música, mas o Serra, acredita o dirigente associativo, tornou-se “muito apetecível” e também oferece condições, por exemplo, para artes plásticas, arquitectura ou design.
Os artistas e criadores têm acesso a alojamento e zonas de trabalho e reduzem o custo da estadia se optarem por contribuir com um concerto, workshop ou exposição.
“Podem vir passar uma semana ou duas sem gastar uma fortuna”, comenta Miguel Ferraz, que coordena as residências no Serra em conjunto com Pedro Marques, músico de First Breath After Coma e membro da associação.
Localizado a minutos da aldeia de Fontes, onde nasce o rio Lis, mas, por outro lado, próximo do centro da cidade, o Serra “é um espaço com vida artística a decorrer todos os dias”, salienta Miguel Ferraz, o que facilita a cooperação e a troca de ideias.
Além de salas de ensaio e estúdios ocupados por bandas da editora Omnichord e outras, ali existem ateliês de pintura, cerâmica, fotografia e design, e está ancorada a produtora Casota.
No Serra estão baseados, entre outros, os pintores Leonardo Rito, Nuno Gaivoto e Lisa Teles, as designers Vânia João, Teresa Gameiro e Inês Bruto da Costa, o designer Joaquim Januário, a criadora Cartolina Limão, o fotógrafo David Cardoso, o ateliê de fotografia Moiani, os músicos Nuno Dionísio, Nuno Rancho (com o estúdio Balneário) e Marciano, e as bandas Dramafall, Ayamonte Cidade Rodrigo, First Breath After Coma e Whales.