Sociedade
Férias para descansar das férias
Psicóloga e pediatra dão conselhos para ter dias tranquilos com crianças.
Férias com crianças pode ser, para muitos, uma contradição. Férias é sinónimo de descanso. No entanto, quem tem filhos pequenos talvez não concorde totalmente com esta definição.
Aquele que devia ser um período para relaxar, pode ser o inverso para os pais que têm infinitas preocupações com os filhos. Regressam ainda mais exaustos e a precisar de férias para descansar das férias.
Muita paciência e aproveitar bem o tempo para desfrutar de momentos com os filhos são algumas das receitas recomendadas pelas especialistas ouvidas pelo JORNAL DE LEIRIA.
Ao viajar com crianças, é importante fazer uma preparação prévia. Em primeiro lugar, é muito importante escrever uma lista com tudo o que é necessário levar, explica Alexandra Luz, pediatra.
“Aconselho sempre os pais a levar um antipirético (paracetamol) e um termómetro, coisas que podem evitar idas de madrugada à farmácia de serviço ”, além dos peluches ou fraldas com os quais a criança esteja habituada a dormir, uma vez que “mesmo que se consiga comprar um exactamente igual, arriscam muitas noites mal dormidas”.
Por outro lado, e tendo em conta a idade da criança, é importante prepará-la psicologicamente, nomeadamente quando se faz uma viagem de avião, ou se arrisca a “ter uma criança determinada a não entrar num avião”. Sempre que possível, deve-se tentar aproveitar as horas de sono das crianças para fazer a viagem.
No que diz respeito às refeições, a pediatra frisa que “é preciso desligar o 'complicómetro' – o bebé não vai ter nenhum problema se comer dois dias a mesma sopa, desde que se respeite a sua boa conservação”.
No entanto, Alexandra Lázaro, psicóloga, adianta que é importante que se mantenham algumas rotinas, como a hora da refeição e do sono: “algumas crianças sentem-se muito desorganizadas com a alteração de rotinas, desta forma reagem como sabem, fazendo birras”.
Helena Gomes é mãe da Luana, de seis meses. Vivem em Leiria mas viajam frequentemente para Castelo Branco, onde reside a família materna. “Tentamos sempre parar de duas em duas horas para a Luana descansar e mamar”, diz Helena Gomes.
“Por mais que queiramos, não conseguimos manter totalmente as rotinas”, diz. Além disto, acrescenta a mãe, a bebé come sempre menos sopa e pede mais leite. O comportamento dela também se altera: “fica muito mais rabugenta quando está num ambiente estranho e leva sempre cerca de dois dias a adaptar-se”. Geralmente, Luana dorme no berço. Mas, nestes dias diferentes, a tendência é dormir com os pais, refere Helena.
Marco Vieira e Dora Oliveira são pais da Matilde e da Sofia, que têm, respectivamente, 8 e 5 anos. Afirmam que o mais difícil de gerir são os horários. “Demoramos uma eternidade para conseguir sair de casa”, diz o pai.
“Há toda uma logística: acordar, comer, vestir, preparar brinquedos...e depois, já quase a conseguir sair de casa, lembram-se que, afinal, já não querem levar os brinquedos”.
*Ana Camponês
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