Sociedade
Filarmónicos Pais & Filhos aprendem música em conjunto
Aposta no ensino de música em família na SAMP
Aprender uma nova disciplina ao lado de alguém em quem se confia é, psicologicamente, mais confortável do que embarcar numa aventura a solo.
Nos primeiros anos de vida, antes de chegar a adolescência, na maior parte das vezes, as pessoas de maior confiança serão os nossos pais. A SAMP faz uso desta relação natural e indelével e transformou-a no cerne de um dos seus projectos para a infância e pais.
O Filarmónicos Pais & Filhos, anteriormente conhecido como Piccolini Filarmónicos, é uma iniciativa de prática instrumental e vocal para pais e crianças entre os 6 e os 10 anos, que permite a presença dos encarregados de educação nos estudos musicais, estimula uma aprendizagem centrada em práticas musicais em concreto e não nas tradicionais “aulas de instrumento individuais”, e partilha com os encarregados de educação a aprendizagem instrumental e musical dos filhos.
O director pedagógico Alberto Roque explica que a principal mais-valia é levar os pais a compreender as exigências da aprendizagem de um instrumento e o tempo de dedicação necessário.
“Tendo assim consciência do apoio que precisam de dar aos filhos para que a aprendizagem possa evoluir.” É também um projecto que permite o contacto com vários instrumentos sem a obrigatoriedade de uma decisão definitiva sobre um deles.
O repertório dosP&F Instrumental consiste em “obras adaptadas” para a formação disponível, que pode mudar de período para período, uma vez que se pretende que pais e filhos possam experimentar vários instrumentos e tenta abranger diversos estilos e épocas musicais.
O processo inicia com aprendizagens básicas de manuseamento de instrumentos, produção sonora e notas mais acessíveis.
“Os professores dão algum apoio individualizado nas primeiras aulas e depois o trabalho é essencialmente de prática em conjunto”, explica Roque, salientando que “a prática em conjunto é bastante motivante”, e que a partilha de diversos níveis e ritmo de aprendizagem é “contagiante.”
E o que acontece após os 10 anos, aos grupos de pais e filhos? Muitos dos alunos que aos 10 anos ou antes escolhem um instrumento e começam a ter aulas individuais, continuam a frequentar o projecto como classe de conjunto extra, tendo assim a possibilidade de fazer companhia aos seus pais ou avós.
Quando alguns alunos escolhem o instrumento definitivo, pode acontecer que os pais lhes façam companhia e tenham também aulas nesse instrumento, explica o director pedagógico.
“O paradigma desta situação é a nossa ‘Família Diogo’ que começou no projecto P&F a experimentar instrumentos e quando o filho mais velho escolheu o saxofone, o pai seguiulhe o rasto e, mais tarde, motivou também a irmã mais nova e hoje apresentam-se em trio .”