Viver
Harmónios. João Santos está a resgatar os instrumentos raros e belos do século XIX
No ateliê fort’Expressivo fundado pelo organista da Sé de Leiria descobrem-se instrumentos provenientes de Inglaterra, França e Holanda, além de Portugal. Um deles é “o santo graal dos harmónios de arte”
“Encontrá-lo em Portugal já é uma raridade”, garante João Santos. “Uma dádiva dos céus”, reforça. “Quando cheguei à capela, fiquei parvo”. No convento dos franciscanos de Montariol, em Braga, “parado há décadas, encostado”, um orgue-celésta Mustel, o mítico modelo 11, construído no ano de 1898. “Que é, digamos, o santo graal dos harmónios de arte”.
Para os entendidos, “não há nada como Victor Mustel”, assinala o organista titular da Sé de Leiria, sobre o conceito desenvolvido pelo construtor francês desde 1853 e depois pelos descendentes até 1931. “São considerados os Stradivarius do harmónio”.
Do modelo 11 de 1898, segundo João Santos, só se conhecem 300 exemplares e o do convento de Montariol abriga-se agora no ateliê fort’Expressivo que o coleccionador mantém nos arredores de Leiria, com originais do século XIX, e para o qual procura mecenas ou patrocinadores dispostos a financiar o restauro de instrumentos raros (ou mesmo únicos) em Portugal. Os da marca Mustel ainda hoje “têm muito mais procura” do que os restantes e “em França são um luxo”.
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