Abertura
Homens de casca rija mantêm tradição na Lagoa de Óbidos
Em dias de calor ou de Inverno rigoroso, apeados ou em pequenos barcos, com redes ou em apneia, um grupo de homens entra na Lagoa de Óbidos para extrair marisco e enguias. A tradição é exigente, mas valiosa para a economia local
Quem o vê de fato de mergulho, a sair da Lagoa de Óbidos carregado de amêijoas, dificilmente imagina que Rui Elias conta 63 anos, 40 dos quais dedicados ao ofício de mariscador. A idade parece não lhe pesar, mesmo quando a sua arte o obriga a várias horas de apneia intermitente.
Foi neste vai e vai de mergulhos, neste remexer de areia, que o JL encontrou um grupo de mariscadores, gente rija que mantém viva a tradição na Lagoa de Óbidos e impulsiona a economia local.
Natural do Vau, Rui foi operador de máquinas numa indústria, mas desistiu para abraçar a actividade que o seu pai já tinha. Herdou dele a embarcação e o gosto por mariscar. “É muito difícil e já devia estar reformado. Mas gosto disto, se não nem andava aqui. Os ossos já rangem, mas ainda me aguento”, conta o mariscador, num misto de valentia e teimosia.
Do grupo, que entrou na água às 6 da manhã
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