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Índios da Meia Praia: o tributo a Zeca Afonso festeja num concerto com amigos e canta "Venham mais dez!"

4 out 2022 15:22

O espectáculo Venham mais dez! que acontece esta quarta-feira, 5 de Outubro, junta Bé e Marciano (os Índios da Meia Praia) com mais cinco músicos

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Foto partilhada pelo Município de Leiria no 25 de Abril de 2021
DR

Zeca Afonso cantava “Traz outro amigo também” e para assinalar os primeiros 10 anos do projecto Índios da Meia Praia os músicos Marciano (voz) e Bé (guitarra acústica) convidaram vários amigos, que vão estar em palco num concerto especial.

O espectáculo Venham mais dez! que acontece esta quarta-feira, 5 de Outubro, pelas 17 horas, no Teatro Miguel Franco, reúne Paulo Ladeiras (percussões), Pedro Costa (guitarra acústica), Diana Catarino (saxofone), Hélder Rodrigues (voz) e o contrabaixista Joel Madeira, que originalmente integrou o projecto Índios da Meia Praia, um tributo a Zeca Afonso e aos “amigos da luta”.

É de esperar, portanto, “maior diversidade” na interpretação dos temas, assume Marciano.

É quase um best of, um apanhado das canções mais icónicas que as pessoas mais gostam de ouvir dos Índios”, antecipa.

Ao todo, 20 canções, das quais 13 são extraídas do repertório de Zeca Afonso e as restantes têm autores como José Mário Branco, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire, Sérgio Godinho ou Ary dos Santos.

“Gosto muito de cantar as Cantigas do Maio, sempre gostei. Depois, há músicas que têm uma carga maior, também pela mensagem, como é o caso dos Vampiros””, refere o vocalista dos Índios da Meia Praia, que surgiram em Leiria, precisamente, num feriado de 5 de Outubro, no ano de 2012.

Costumo dizer que às vezes me esqueço que tenho uma banda de versões, comenta. “Sem nunca tentar ser o Zeca. Nem me atrevo”.

Cada actuação dos Índios da Meia Praia – título de um single de Zeca Afonso retirado do álbum Com as Minhas Tamanquinhas, de 1976 – recupera temas escritos há décadas, o que, segundo Marciano, constitui “serviço público”.

Lembro-me de um concerto há uns anos em que um miúdo veio ter comigo e agradeceu porque nunca tinha ouvido Zeca Afonso”, diz ao JORNAL DE LEIRIA.

Por outro lado, “os tempos que correm são tempos cada vez mais assustadores e muitas das mensagens que estão contidas nestas canções e que acabamos por transmitir infelizmente ainda fazem sentido”, acrescenta.

Bé, Marciano e as canções de Zeca Afonso reuniram-se de modo inesperado, para acompanhar o lançamento do livro O Homem da Gaita, do ilustrador Rui Pedro Lourenço, no Jardim Luís de Camões, em Leiria.

Volvidos 10 anos, não faltam recordações, mas a mais vívida, e intensa, está directamente ligada à Festa do Avante, onde actuaram. “Um momento memorável”.