Investigação criminal da GNR de Leiria passa para instalações da Secil na Maceira

A área da investigação criminal da GNR de Leiria vai passar para instalações da Secil na Maceira, devido à construção de uma residência de estudantes no edifício que era parcialmente ocupado pela força de segurança, foi hoje anunciado.

“O que irá acontecer na prática é que toda a unidade de investigação irá transitar para a Maceira”, para o centro de formação da Secil, disse à agência Lusa o vereador na Câmara de Leiria Luís Lopes, referindo que, no local, de segunda a sexta-feira, das 09:00 às 17:00, vai funcionar “um posto de atendimento ao público”, o que “acaba por ser uma mais-valia” na “lógica de proximidade”.

Luís Lopes sublinhou que esta é uma “situação transitória, porque o que se pretende é que, de uma vez por todas, esta questão do Comando Territorial [de Leiria] seja resolvida”.

Em Junho de 2014, a Câmara de Leiria aprovou um protocolo a celebrar com a Estradas de Portugal (hoje Infraestruturas de Portugal) segundo o qual recebia 41 quilómetros de estradas e um terreno, de cerca de 27 mil metros quadrados, avaliado em 2,1 milhões de euros, este as antigas instalações da Junta Autónoma de Estradas (JAE), junto à Estrada Nacional 109, na União das Freguesias de Marrazes e Barosa.

O espaço, com uma área coberta de cerca de 3.800 metros quadrados, era então usado como apoio às brigadas de intervenção da Estradas de Portugal, com espaço reservado para depósito de materiais, e, desde 2011, também se encontrava ocupado com um destacamento de intervenção do Comando Territorial de Leiria da GNR.

À data, a autarquia já assumia que a transferência da GNR para o local era uma hipótese, tendo posteriormente disponibilizado o espaço para esse fim.

Em Setembro de 2023, com a presença do então ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, foi assinado um protocolo entre a Câmara, secretaria-geral do Ministério da Administração Interna (MAI) e GNR, “tendo em vista a futura execução das obras de construção” das instalações do Comando Territorial de Leiria da GNR.

Em Janeiro passado, o MAI, tutelado então por Margarida Blasco, revelou à Lusa que o projeto e estudo geotécnico das futuras instalações do Comando Territorial de Leiria da GNR deverão estar concluídos no final de 2026.

“Trata-se, no entanto, de uma estimativa preliminar se considerarmos o facto de se tratar de instalações para um comando territorial, o que obrigará, necessariamente, à utilização de uma área maior, uma vez que irá albergar mais valências”, adiantou o MAI numa resposta a um pedido de informação da agência Lusa, acrescentando prever-se que as obras “comecem imediatamente após a conclusão do projeto de execução”.

“Ficamos muito desconfortáveis e desagradados com este arrastar” da situação, que tem de ter uma solução, caso contrário o município, proprietário do espaço, terá de “dar um destino aos antigos estaleiros da JAE”, declarou Luís Lopes.

Garantindo que a autarquia está empenhada em que esta seja uma solução para a GNR, Luís Lopes lamentou que os militares tenham de “andar a procurar instalações para poderem trabalhar”.

Em Junho último, o Instituto Politécnico de Leiria anunciou que iria “iniciar a empreitada de conceção-construção para adaptação do antigo Convento de Santo Estêvão, na cidade de Leiria”, parcialmente ocupado pela GNR, “numa nova residência de estudantes com capacidade para 101 camas”, num investimento de 5,6 milhões de euros financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência.

Fonte oficial da Secil adiantou que a empresa pauta a sua actuação por responsabilidade social junto da comunidade onde está, neste caso com a fábrica Maceira-Liz, estando “a colaborar com as autoridades para encontrar uma solução temporária para a GNR”.

A Lusa enviou um pedido de informação à GNR na manhã de quarta-feira, mas não obteve resposta.

A assinatura do memorando de entendimento entre Câmara, Secil e GNR está prevista realizar-se na tarde de sexta-feira.