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Leirena vai trabalhar com tribos indígenas no Brasil e recebe grupo de teatro da Palestina em Leiria
A programação do Leirena em 2025 contempla apresentações em mais de 20 concelhos e promete o ano mais desafiante de sempre para a companhia de Leiria
“Fazer mais” e “dar mais emprego”, em 2025, é, segundo o director artístico Frédéric da Cruz Pires, o objectivo da companhia de teatro Leirena, de Leiria, que hoje apresentou em Porto de Mós a programação para este ano, em que vai apresentar-se em mais de 20 concelhos do norte ao sul do país.
Já no próximo mês de Fevereiro, e durante duas semanas, o Leirena vai estar em residência artística no Brasil, a trabalhar com duas comunidades indígenas, que vão participar na criação de espectáculos originais e, por outro lado, ajudar o Leirena a preparar uma nova peça de teatro, com o título Iks – O Povo da Montanha, que se baseia na história da tribo Ik, do Uganda, e analisa a relação entre culturas dominantes e minorias.
Iks – O Povo da Montanha vai estrear em Ponte de Lima e circular por Marinha Grande, Covilhã e Setúbal.
Noutra frente de cooperação internacional, no mês de Julho, e no contexto do festival Novos Ventos, o Leirena vai receber em Leiria a companhia de teatro Ashtar, da Palestina.
Ainda em 2025, o Leirena vai integrar o projecto de cocriação Conversas Com Formigas, liderado pelo Teatromosca (de Sintra) e em que colaboram o Colectivo Glovo de Espanha e a companhia de dança Kekäläinen, da Finlândia.
Será um ano “mais activo do que nunca”, o mais desafiante de sempre, diz Frédéric da Cruz Pires, que espera “contratar mais pessoas” – o Leirena conta com seis profissionais a tempo inteiro e outros 24 colaboradores – para “criar uma estrutura mais forte”.
“Vai exigir mais de nós”, admite o director artístico, que fala na necessidade de “proteger o artista” e “poder aumentar o vencimento” dos trabalhadores. “Estamos a reavaliar o modelo de trabalho”.
O Leirena vai apresentar em 2025 novos espectáculos Estações Efémeras que contemplam Batalha, Figueiró dos Vinhos e Penafiel e a produção Muros Que Unem que abrange Porto de Mós, Ansião e Pombal, sobre os muros de pedra seca, com actores profissionais e um grupo comunitário dos três concelhos
A décima edição do festival de teatro comunitário Novos Ventos acontecerá nas freguesias do Arrabal, Monte Redondo, Amor e Marrazes e Barosa, no concelho de Leiria.
A companhia com sede em Leiria tem ainda prevista, este ano, a circulação das peças Playground (Quarteira, Sesimbra, Penafiel, Tomar e Alcanena) e A Maior Flor do Mundo (Esmoriz, Montemor-o-Novo, Barcelos, Caminha, Barreiro, Póvoa de Varzim e Coliseu do Porto).
No âmbito das acções estratégicas de mediação, o Leirena anuncia a décima edição do festival de teatro de rua de Porto de Mós e os projectos Colmeia (Alvaiázere, Pombal, Marinha Grande e Figueiró dos Vinhos) e Clim'Arte (Leiria).
Outras iniciativas para 2025 incluem os projectos Manufatura (com a associação empresarial Nerlei) e Arte e Autismo (com a APDDA – Leiria), a recriação histórica Via Sacra de Porto de Mós e as turmas de teatro do Leirena, entre outros.
Na apresentação realizada esta segunda-feira no Real Factory Creative Hub, no Juncal, Porto de Mós, vários municípios elogiaram a colaboração que vêm mantendo com o Leirena.
Ana Carvalho, chefe de divisão da cultura na câmara da Marinha Grande, salientou que o Leirena “trabalha para a comunidade” e com “marca de qualidade”, enquanto a vereadora da cultura na câmara de Leiria, Anabela Graça, realçou que o Leirena desempenha um “papel fundamental” para unir através da cultura, “fórmula que resulta de muito trabalho” e “criatividade” e contribui para a “descentralização” e a “coesão territorial” com “cultura para todos”.
A jogar em casa, o presidente da câmara de Porto de Mós, Jorge Vala, considerou que o Leirena é “o principal parceiro para a cultura que envolve toda a comunidade”, no concelho, que diz ser “um investimento sério no capital humano” por parte da autarquia.