Desporto

Narizes no ar e polegares a mexer por quem não deixou de ser miúdo

1 jun 2017 00:00

O aeromodelismo é uma modalidade apaixonante para aqueles que procuram perceber o ar sem tirar os pés do chão. Filipe Bernardino vai competir este fim-de-semana, na Taça do Mundo de acrobacia, na Ortigosa.

Fotografia: Ricardo Graça
Fotografia: Ricardo Graça
Fotografia: Ricardo Graça
Fotografia: Ricardo Graça
Fotografia: Ricardo Graça
Fotografia: Ricardo Graça
Fotografia: Ricardo Graça

Chegámos à pista de aeromodelismo do Caliz, nos campos do Lis, e deparamo-nos com um parque automóvel composto por veículos de grandes dimensões. Primeira lição: um piloto compra sempre o seu automóvel em função dos aviões que conduz. Por isso, esqueçam lá os utilitários. Neste meio, são as carrinhas que mais ordenam.

Fomos ter com Filipe Bernardino para que nos falasse desta paixão que atravessa continentes e faz com que por estes dias, naqueles campos à beira-rio, haja uma verdadeira invasão de estrangeiros com um controlo remoto na mão e o nariz no ar.

Chegaram da Colômbia, do Brasil, de Israel, de Espanha ou Alemanha, com o objectivo de pôr o seu modelo a fazer as mais bem executadas piruetas na Taça do Mundo de aeromodelismo, que durante o fim-de-semana se vai realizar na pista do Caliz, na Ortigosa.

O presidente do Clube de Aeromodelismo do Liz, há quase três anos, também vai participar no evento. É de Leiria, tem 39 anos, jurista de profissão e faz de tudo para que o hobby, que também é vício e desporto, não prejudique a vida familiar e profissional.

Por isso, levanta-se todos os dias às seis da manhã para ir até à pista da Ortigosa e pôr o modelo a voar durante duas horas, antes de entrar no batente. “Normalmente fazermos quatro voos, cada um com a duração de seis a oito minutos. Depois, é arrumar as coisas e seguir para o trabalho.”

O primeiro modelo que teve, há coisa de duas décadas, comprou-o com o dinheiro da mesada. “Os kits de iniciação são relativamente baratos. Com 200 ou 250 euros já se consegue comprar um relativamente bom e até dá para entrar em competição.”

A realização de uma prova da Taça do Mundo de acrobacia, em 2009, na cidade de Pombal, acabou por tornar o gosto num verdadeiro vício. “Trouxe muitos dos melhores do Mundo e despertou ainda mais o interesse”, admite. A partir daí, não houve quem lhe tirasse o vício. “É uma forma de uma pessoa fazer algo diferente, fora do trabalho e da rotina do dia-a-dia.”

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