Sociedade

“O Papa ajudou-nos a reencontrar a esperança”

21 abr 2025 11:06

Na mensagem de pesar pela morte de Francisco, o bispo de Leiria-Fátima, D. José Ornelas, recorda o Pontífice como um “outro Cristo” que esteve entre nós

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Os sinos da Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima tocaram na manhã desta segunda-feira, em sinal de luto pela morte do Papa Francisco, o Pontífice que esteve em Fátima duas vezes, uma delas para presidir às celebrações do centenário das aparições e canonizar os videntes Francisco e Jacinta Marto.

Esta ligação à Cova da Iria e à devoção mariana é recordada na mensagem de pesar emitida pelo bispo de Leiria-Fátima, e presidente da Conferência Episcopal, D. José Ornelas.

“A diocese de Leiria-Fátima guarda com particular afecto a relação que o Papa Francisco manteve com o Santuário de Fátima. Visitou a Cova da Iria por ocasião do centenário das aparições, confiando ali o seu ministério à Virgem Maria e reconhecendo, na mensagem de Fátima, um apelo sempre actual à conversão, à oração e à paz. Foi também sob o seu pontificado que foram canonizados os santos Francisco e Jacinta Marto, modelo de entrega e santidade para toda a Igreja”, afirma o prelado.

Neste momento marcado “pela dor da separação”, D. José Ornelas destaca também a importância do pontificado de Francisco, pela forma “simples, humilde e próxima” que viveu o seu ministério, mas também pelo caminho de reflexão que abriu dentro da própria Igreja.

O Papa Francisco “não procurou respostas fáceis nem soluções imediatas, mas lançou a Igreja num dinamismo de escuta, discernimento e conversão”. “O caminho sinodal que promoveu é expressão clara desta visão: não se trata, como ele próprio afirmou, de um discurso sobre a Igreja, mas de um caminho da Igreja e em Igreja, que faz parte da sua missão”, destaca o bispo.

Considerando o Papa como “outro Cristo” que esteve entre nós, D. José Ornelas exorta ainda os católicos a seguirem os ensinamentos e gestos de Francisco: “É este o apelo que ressoa com particular força no coração da Igreja neste tempo pascal, em que celebramos a vitória da vida sobre a morte. É profundamente simbólico que o Papa Francisco tenha partido para o Pai na primeira segunda-feira da Páscoa — o dia em que começa este tempo novo, este caminho pascal, esta verdadeira passagem” .