Economia
Ovopor celebra 40 anos de existência
2020 foi o ano em que a empresa produziu mais ração
A celebrar quatro décadas de actividade, a Ovopor - Agro-Pecuária dos Milagres, S.A. passou, no último ano, por aquele que terá sido um dos mais sui generis períodos da sua existência, devido à Covid-19.
A empresa, que emprega mais de 60 colaboradores e divide a sua actividade entre a produção de ovos e de alimentos compostos para animais, viu, em Março de 2020, a pandemia e o confinamento provocarem uma travagem súbita no consumo de ovos e de vários produtos de origem animal, com o encerramento da restauração, cafés e pastelarias e à paragem do turismo.
A Covid-19, explica José Neves, da Ovopor, provocou um forte desequilíbrio num sector onde a oferta demora muito tempo a ajustar-se, ficando o mercado inundado de ovos, com um impacto muito negativo nos preços. Os últimos meses foram de trabalho intenso para adequar a capacidade instalada à procura.
“Sentimos que nesta fase já existe algum equilíbrio, mas só será possível retomar os níveis de produção pré-Covid quando a situação de saúde pública normalizar”.
O responsável faz notar que, paralelamente, a produção de ovos já vinha a passar por uma reestruturação, numa primeira fase devido à transposição da Directiva Comunitária sobre o bem-estar animal, e agora por pressão do mercado que está a forçar a transição para modelos de produção, que se afastam do tradicional tipo 3 – galinhas em gaiolas – e passam para tipo 2 – galinhas no solo – ou tipo 1 – galinhas no solo com acesso ao ar livre.
Já no sector de fabrico de rações, 2020 foi positivo para a Ovopor, ano durante o qual colheu frutos de uma aposta sustentada na modernização da sua unidade fabril e no investimento em segmentos de mercado que beneficiaram da incerteza causada pela pandemia e dos longos períodos de confinamento, durante os quais muitas pessoas voltaram a criar animais em casa, explica o neto de Isidro Neves, fundador da empresa.
A prová-lo, o ano passado foi aquele onde a empresa produziu mais ração, esperando-se que esse crescimento continue em 2021, assente em melhorias na gestão dos recursos e dos processos fabris.
É um crescimento racional, alicerçado num esforço iniciado há vários anos para reforçar a automação dos processos, as garantias de qualidade e, consequentemente, a imagem dos produtos no mercado.
“Estamos nesta fase a terminar um longo ciclo de investimentos que têm vindo a melhorar a nossa capacidade de resposta e que incluiu a criação de mais áreas cobertas, mais capacidade de armazenagem e que vai passar ainda pela aposta nas energias renováveis, contribuindo para tornar a nossa actividade mais sustentável”, revela ainda.