Economia
Primeiras colheitas de Maçã de Alcobaça indicam menos 30% de produção do que num ano normal devido às alterações climáticas
Números frustam expectativas dos produtores pelo segundo ano consecutivo
As expectativas de produção de Maçã de Alcobaça para este ano foi, pelo segundo ano consecutivo, abaixo da "campanha normal".
Só a redução de percentagem indicada pela APMA - Associação dos Produtores de Maçã de Alcobaça, relativa à variedade Gala é "cerca de 10% inferior à campanha passada e cerca de 30% inferior a uma campanha normal, apesar de maior em cerca de 10% no que refere ao número de frutos, que se formaram com crescimento mais lento e consequentemente frutos mais pequenos".
A organização imputa a redução do crescimento às alterações climáticas, em especial em 2024, com o aquecimento durante o Inverno, não tendo as plantas pelo terceiro ano consecutivo conseguido satisfazer as necessidades de horas de frio para quebrarem com normalidade a sua dormência fisiológica.
Embora com menor produtividade e o rendimento dos produtores, a APMA refere que os frutos são "mais ricos, mais concentrados em sólidos solúveis, em minerais e em fitonutrientes", com cores mais atractivas, mais aromáticos e ricos em ácidos orgânicos e açúcares naturais.
A APMA espera que as variedades tardias, cuja colheita acontece em Setembro e Outubro possam recuperar as produções perdidas. É o caso das maçãs Reineta, Granny Smith e Fuji.
A Associação dos Produtores de Maçã de Alcobaça é constituída por 22 Organizações e Agrupamentos de Produtores e representa um consórcio de aproximadamente 500 famílias de produtores, que no seu total produzem oito grupos de variedades distintas, num total de mais 50 milhões quilos de maçã, o que representa a cerca de 400 milhões de Maçãs de Alcobaça IGP certificadas