Economia

Primeiras colheitas de Maçã de Alcobaça indicam menos 30% de produção do que num ano normal devido às alterações climáticas

4 set 2024 10:16

Números frustam expectativas dos produtores pelo segundo ano consecutivo

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Fotografia: Ricardo Graça

As expectativas de produção de Maçã de Alcobaça para este ano foi, pelo segundo ano consecutivo, abaixo da "campanha normal".

Só a redução de percentagem indicada pela APMA - Associação dos Produtores de Maçã de Alcobaça, relativa à variedade Gala é "cerca de 10% inferior à campanha passada e cerca de 30% inferior a uma campanha normal, apesar de maior em cerca de 10% no que refere ao número de frutos, que se formaram com crescimento mais lento e consequentemente frutos mais pequenos". 

A organização imputa a redução do crescimento às alterações climáticas, em especial em 2024, com o aquecimento durante o Inverno, não tendo as plantas pelo terceiro ano consecutivo conseguido satisfazer as necessidades de horas de frio para quebrarem com normalidade a sua dormência fisiológica.

Embora com menor produtividade e o rendimento dos produtores, a APMA refere que os frutos são "mais ricos, mais concentrados em sólidos solúveis, em minerais e em fitonutrientes", com cores mais atractivas, mais aromáticos e ricos em ácidos orgânicos e açúcares naturais. 

A APMA espera que as variedades tardias, cuja colheita acontece em Setembro e Outubro possam recuperar as produções perdidas. É o caso das maçãs Reineta, Granny Smith e Fuji.

A Associação dos Produtores de Maçã de Alcobaça é constituída por 22 Organizações e Agrupamentos de Produtores e representa um consórcio de aproximadamente 500 famílias de produtores, que no seu total produzem oito grupos de variedades distintas, num total de mais 50 milhões quilos de maçã, o que representa a cerca de 400 milhões de Maçãs de Alcobaça IGP certificadas