Desporto

Vítor Pratt regressa às lides para ajudar a acelerar a transição enérgica do planeta

23 set 2021 16:33

Afastado há 17 anos do automobilismo, o piloto de Leiria vê na transição energética da competição automóvel uma “grande oportunidade”. Vai voltar às provas com o carro eléctrico do dia-a-dia

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Fifé, à esquerda, e Vítor Pratt, à direita, posam junto ao Museu da Electricidade
DR

Vítor Pratt é um apaixonado pelas emoções provocadas por ter um monstro de potência sob seu controlo. Começou a competir em 1988 e durante anos e anos participou em provas automóveis, sobretudo de todo-o-terreno, nacionais e internacionais.

No entanto, após a Baja Portalegre 500 de 2004 teve de tirar o capacete e pendurar as luvas. Foi compelido pela falta de apoios e de patrocínios no desporto motorizado, facto agravado pelo aumento do imposto de comercialização dos jipes que “excluiu muitas pessoas” das provas.

E ele, que participava nas categorias mais baratas, corria com o carro com que ia dar aulas no dia seguinte, punha os amigos a fazer os autocolantes da publicidade à tesourada e o navegador era também o mecânico, foi forçado a abdicar.

“Não havia dinheiro que vedasse e tive de fazer opções. Fazer uma corrida podia custar 10 mil euros”, justifica. “Todos víamos isto como um desporto e de repente tornou-se num negócio.”

Mas agora, 17 longos anos depois, o professor de Leiria está a preparar o regresso à competição automóvel através de uma experiência inovadora, o Campeonato de Portugal de Novas Energias.

“Pensava que tinha encostado as botas e encontrei uma forma económica, não poluente e muito divertida de poder voltar ao activo. Não me sinto velho, corro na praia, ando de mota e faço kitesutf. Só não fazia corridas de automóveis. E não era por não ter vontade, era por não ter dinheiro, porque hoje em dia é preciso ser rico ou filho de gente rica para poder estar no desporto automóvel”, explica o piloto que se iniciou nos ralis pirata da região.

Vítor Pratt tem a “certeza absoluta” de que este é o caminho a seguir. Já tem, de resto, a transição energética em curso no próprio dia-a-dia.

“Vou de bicicleta eléctrica para a escola onde dou aulas. Não faz sentido andar de carro, a poluir e a gastar dinheiro. Estou nesta onda e acredito que mais cedo ou mais tarde todos vão ter de fazer a mudança. Sou daqueles que acredita que daqui a pouco tempo a Fórmula 1 será disputada por carros eléctricos. Não sei se será o hidrogénio ou a pilhas, mas que vai acontecer vai e quero agarrar esta enorme oportunidade que me parece ser a conversão do desporto com motores de combustão para os motores el&eacu

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