Opinião
Pandemias e o pior que aí virá…
Concordo com a soltura dos presos, mas nunca por nunca com o meu sequestro, ainda com cama e mesa à minha custa! A incompetência mata…
O jornal Expresso publicou há dias, a habitual Pluma Caprichosa, tema de Clara F. Alves. Eu, como sempre, já magicava então na crónica que a redacção do JL me tinha agendado para hoje. Às vezes escrevo o texto e o título vem só no fim. Mas desta vez, mal abro a revista, salta-me um título que era impossível não reparar: “A incompetência mata”.
Referia-se à bagunçada da(s) pandemias e à incompetência da tropa fandanga que Costa (e Marcelo?) tão mal orientam. O que aconteceu há uns seis meses no mundo, e em Portugal há cerca de metade do tempo, foi uma guerra que não nos foi declarada, caiu-nos à traição, e ninguém deu por isso.
Andava tudo numa boa.
Tinha havido eleições em Outubro sem maioria absoluta, houve que fazer arranjos políticos para deixar passar o OE2000.
O OE2019CN, saído há poucas semanas, veio mostrar que o primeiro superavit da democracia era uma realidade, obra do Ronaldo das Finanças, um dos raros membros do governo que eu, por causa das dúvidas, isento desde já da “incompetência”.
O inefável e super povoado hemiciclo aproveitou umas distrações para fazer umas coisitas e eis que todos os partidos ,“ao monte”, resolvem propor o seu projecto legislativo da eutanásia.
Não foi ainda votado e provavelmente não vai ser nas próximas décadas, por falta de objecto.
Quando nos chega a “pandemia” sem pedir licença, o PM, o “general” da nossa política, andava ainda a fazer a chamada à tropa fandanga que ele mal conhece ainda de vista, tão numerosa que é.
É o que dá uma “tropa” desmesurada, recrutada por critérios duvidosos, muito mal preparada e ainda por cima distraída.
O principal campo de batalha desta guerra é o SNS, que se encontra numa penúria, bem visível nestes dias.
A comunicação com o país resume-se ao PM e a dois ou três ministros ou secretários de Estado.
Da parte do ministério da Saúde, na televisão, temos desde início as contas da tragédia dos mortos e infectados, e as faltas de equipamentos e de pequenos utensílios comprados à maneira do Estado.
Com alguns erros de permeio. Mas quem é que não erra?
Na equipa temos a DGS, uma senhora interessante que mostra sentimentos e simpatia; temos o “nosso” SES, António Sales, médico, que vai cumprindo como pode; geralmente estorvando, temos o intérprete, que dizem ser obrigatório; ah, e a ministra da Saúde, que parece que deixou de ir, mas pouca falta faz.
Quando a vejo, lembro-me sempre da récita dos finalistas de Medicina de Lisboa, nos anos 60. Tinham que ir às aulas de Física médica, dadas por uma senhora, na velha Faculdade de Ciências.
Ao terem que aproveitar uma “cortina” da récita, despejavam para a plateia:
- Médica não é, e físico não tem!
Termino com a maior indignação por me obrigarem a esta reclusão doméstica, sem prazo, sem piedade e sem legalidade. Pois é!
“Prendem” em casa, sem base legal, os cidadãos honrados, idosos e obedientes. E libertam os presos!
Concordo com a soltura dos presos, mas nunca por nunca com o meu sequestro, ainda com cama e mesa à minha custa! A incompetência mata…