Opinião
Resposta tem de ser europeia
Os portugueses, em conjunto, conseguiram com o seu sentido de responsabilidade e civismo ter um comportamento exemplar.
Era possível a economia portuguesa estar melhor após os primeiros meses de pandemia?
As autoridades e os cidadãos fizeram a sua parte ou as prioridades deveriam ter sido outras?
Mesmo sendo difícil responder a estas questões parece-me óbvio que, numa primeira fase, o fundamental era salvar o maior número de vidas possíveis e no geral os responsáveis políticos e de Saúde Pública em conjunto com o governo e a grande maioria dos partidos com assento parlamentar foram capazes de trabalhar de forma positiva e Portugal não teve os terríveis números de Itália, Espanha ou do próprio Reino Unido.
Os portugueses, em conjunto, conseguiram com o seu sentido de responsabilidade e civismo ter um comportamento exemplar.
Mesmo com o desconfinamento os números não são os que muitos previam. Com a exceção da área metropolitana de Lisboa, a situação pandémica parece “controlada”.
É natural que o número de vítimas mortais aumente nos próximos meses, assim como o número de infetados, no entanto todos esperamos que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) consiga dar uma resposta como a que tem dado até aqui.
Mesmo com todas as suas limitações de recursos, não há dúvida que o SNS deu uma resposta muito positiva e salvou muitos doentes vítimas de Covid-19 e de outras patologias. E a economia como está?
Começam a sentir-se as consequências da pandemia de Covid- 19 na economia global. A recessão será profunda e com efeitos que todos os dias parecem ser mais profundos e de difícil solução.
Segundo o Banco Central Europeu (BCE) Portugal irá ter uma recessão aproximada de 9,8% e a zona euro no seu todo de 8,7%.
Os Estados Unidos só no primeiro trimestre tiveram uma perda do PIB de quase 5%. Como podemos inverter esta terrível situação?
Só em conjunto com os nossos parceiros europeus!
Sozinhos é impossível e contar com o apoio de outros países como os Estado Unidos é pouco aconselhável.
Os Estados Unidos estão em decadência e a sua administração é incapaz de olhar além do seu umbigo. Por todas estas razões, é fundamental que o orçamento comunitário seja aprovado o mais rápido possível.
Sem a aprovação do mesmo e do fundo de recuperação económico proposto pela Comissão Europeia, de mais de 800 mil milhões de euros, a recuperação é impossível.
A própria chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou na passada semana que os próximos seis meses serão fundamentais para o futuro da União Europeia.
Sem uma resposta comum, o projeto europeu pode mesmo acabar e as consequências económicas e sociais para países como Portugal serão catastróficas.
É tempo de todos fazerem a sua parte para que o projeto mais próspero e democrático da história da humanidade não termine.
Compete-nos a nós, cidadãos, exigir que os fundos europeus sejam bem usados, que as práticas corruptas não sejam toleradas pela sociedade e que as instituições sejam reforçadas.
Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990