Sociedade

Aldeia da Torre em risco de ficar cercada de pedreiras

21 jul 2016 00:00

Aldeia do concelho da Batalha desperta interesse de promotores, havendo quatro pretensões para extracção. Num dos locais para onde existe um pedido de pesquisa já está a ser explorada pedra sem licença.

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Maria Anabela Silva

A população da Torre, aldeia localizada na freguesia de Reguengo do Fètal, Batalha, está alarmada com a possibilidade de a povoação poder ficar rodeada de pedreiras.

Neste momento, existem quatro pedidos de pesquisa para outras tantas explorações, em vários pontos do cabeço que circunda a aldeia. Num desses locais, onde a prospecção foi autorizada, está já a ser extraída pedra sem licença. Num outro ponto, os promotores abriram uma estrada também sem autorização.

A ironia é que as pretensões para as novas explorações são para locais nas imediações das históricas pedreiras do Valinho de Rei e de Pidiogo, de onde saiu calcário para a construção do Mosteiro da Batalha, que estão classificadas como sítios de interesse municipal.

Depois de uma reunião realizada no sábado, a população enviou, na segunda-feira, um abaixo-assinado à câmara, dando conta da sua “indignação” e exigindo a “rápida intervenção” das entidades responsáveis.

Nesse mesmo dia, a autarquia deliberou, em reunião de executivo, solicitar esclarecimentos e “urgente actuação” à Direcção- Geral de Energia e Geologia e à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica.

Já em Maio, na sequência de uma reclamação enviada à câmara e “após deslocação ao local” da fiscalização, houve um despacho do presidente do município a informar que “foram solicitados esclarecimentos” a várias entidades em “relação à extracção ilegal identificada”.

No entanto, os trabalhos de exploração prosseguiram, o mesmo acontecendo com a abertura do acesso, cujas obras só terão cessado na semana passada, com o embargo decretado pela câmara.