Sociedade
Municípios da Região de Leiria vão comprar equipamento para comunicações de emergência
Autarcas da CIM reuniram hoje com o comandante e o 2.º comandante do Comando Sub-regional de Emergência e Protecção Civil da Região de Leiria para fazer um balanço do apagão que ocorreu no dia 28 de Abril
Os Municípios da Região de Leiria vão comprar equipamento portátil para comunicações de emergência via satélite para assegurar ligações entre os 10 concelhos e a Protecção Civil em caso de novos apagões.
“O grande problema, efectivamente, foi ao nível das comunicações e fizemos uma avaliação séria sobre esta questão e estamos em condições de poder dizer que vamos avançar para a aquisição de um sistema satélite que ligue os 10 municípios e a Protecção Civil”, afirmou hoje à agência Lusa o vice-presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Leiria Jorge Vala.
Jorge Vala falava à margem de uma reunião que juntou autarcas, o comandante e o 2.º comandante do Comando Sub-regional de Emergência e Protecção Civil da Região de Leiria, Carlos Guerra e Ricardo Costa, respectivamente, na sede da CIM, em Leiria, para fazer um balanço do apagão que ocorreu no dia 28 de Abril em Portugal continental.
Segundo o vice-presidente da CIM, trata-se de uma rede satélite de emergência portátil que vai permitir ter “condições de poder também ligar os principais serviços de Proteção Civil e de resposta à emergência de cada um dos concelhos”.
“Este é um princípio de acção e salvaguarda de uma eventual situação futura, que tem também associado, por parte dos municípios, algumas aquisições no âmbito da geração de energia”, declarou o também presidente da Câmara de Porto de Mós.
De acordo com Jorge Vala, este equipamento é fundamental para que, ao nível das comunicações, os municípios possam estar ligados.
“Para não ser apenas uma intervenção local”, mas para se poder “dividir apoios e dar uma resposta de acordo com as sinergias que a própria região tem”, precisou o autarca, que disse acreditar que, “salvaguardando a situação das comunicações”, a Região de Leiria poderá, “de alguma forma, enfrentar com naturalidade a eventualidade de haver outro apagão”.
Além das comunicações, este responsável da CIM reconheceu ter havido também algumas insuficiências ao nível do abastecimento de combustível nalguns municípios.
“Esta situação, de acordo com a informação do senhor comandante [sub-regional], foi muito minimizada pela resposta pronta dos municípios. Caso isso não acontecesse, provavelmente, haveria uma situação de caos”, admitiu Jorge Vala, notando que cada um dos 10 municípios que integram a CIM “tem algum equipamento de reserva para estas situações no âmbito da Protecção Civil”.
O vice-presidente da CIM adiantou que, “na maioria dos casos, praticamente não se notou ao nível do abastecimento de água”, nem nos cuidados de saúde primários, situações que preocupavam os autarcas e que foram minimizadas.
Jorge Vala esclareceu que, em Porto de Mós, além do equipamento municipal, há “algumas respostas, nomeadamente, do sector da extração de pedra, que tem muito bons equipamentos e em quantidade, e que prontamente” emprestou à autarquia.
“Havendo comunicações, por exemplo, o concelho de Porto de Mós tem capacidade instalada para dar resposta a outros municípios no que diz respeito à geração de energia, tendo em conta a atividade da extração de inertes”, declarou.
Ainda no caso deste município, “a grande preocupação foi dar resposta às populações, naturalmente, num primeiro momento, acautelar que a água não ia faltar e criar condições para que as vacinas não se deteriorassem no centro de saúde”, referiu.
“Estas situações foram todas acauteladas. Depois, faltou-nos, efectivamente, perceber, ao nível da região, como é que estávamos e onde é que nos podíamos amparar uns aos outros e faltaram as comunicações para isso”, destacou.
Integram a CIM Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Marinha Grande, Pedrógão Grande, Pombal e Porto de Mós.
Um corte generalizado no abastecimento eléctrico afectou no dia 28 de Abril, durante cerca de 10 a 11 horas, Portugal e Espanha, continuando sem ter explicação por parte das autoridades.