Saúde

ULS da Região de Leiria quer criar condições para reter e atrair médicos

7 jan 2025 15:15

Presidente da ULS reconheceu que “um dos maiores problemas” da ULS, “com uma área de influência de cerca de 400 mil habitantes”, é a falta de médicos de família

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Ricardo Graça/Arquivo
Redacção/Agência Lusa

O novo presidente da Unidade Local de Saúde (ULS) da Região de Leiria, Manuel Carvalho, disse hoje que a missão do Conselho de Administração é criar condições para atrair mais médicos e reter os que estão.

“A nossa missão enquanto Conselho de Administração é criar condições de atractividade para que consigamos trazer mais médicos para cá e reter os que estão cá, porque esse é um dos problemas que temos sentido ultimamente”, afirmou à agência Lusa, em Leiria, o médico Manuel Carvalho.

Após uma reunião que juntou a Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Leiria e os presidentes das câmaras de Alcobaça e Nazaré (CIM Oeste) e de Ourém (CIM Médio Tejo), Manuel Carvalho explicou que há “muitos colegas que fazem aqui o seu percurso formativo e que depois, porque o hospital não é atrativo ou a ULS não cria condições de atractividade, eles acabam por ir para outros lados”.

Este responsável reconheceu que “um dos maiores problemas” da ULS, “com uma área de influência de cerca de 400 mil habitantes”, é a falta de médicos de família.

“Cem mil [habitantes] estão sem médico de família”, referiu, assumindo, contudo, que esta situação não tem solução imediata.

O presidente do Conselho de Administração da ULS realçou que os autarcas têm sido um exemplo na contribuição da resolução deste problema, apontando o projecto Bata Branca.

O “Bata Branca”, em curso nos concelhos de Leiria, Porto de Mós e Ourém, visa assegurar consultas a utentes sem médico de família, cabendo aos municípios uma comparticipação financeira.

“São medidas que, naturalmente, devem ser consideradas como transitórias, mas é o possível no momento actual”, afiançou Manuel Carvalho.

Adiantando que “este ano entraram também 65 novos médicos para formação” na ULS, o dirigente esclareceu que “não são todos especialistas”, para sublinhar que a ULS deseja “criar condições para que fiquem”.

“A nossa missão é, realmente, criar condições para que eles fiquem cá, estes jovens médicos, e que possamos captar outros de outras regiões”, insistiu, notando ainda que existem outras carências de recursos humanos na ULS, que conta com mais de 3.300 trabalhadores.

Sobre a reunião, na qual se fez acompanhar dos restantes membros do Conselho de Administração da ULS, Manuel Carvalho adiantou que os autarcas “têm um papel muito importante” no objectivo de “garantir a melhor saúde e resposta” à população.

“Todos eles querem colaborar, fazer parte da solução e não do problema”, declarou.

Já sobre o encerramento cíclico de serviços de urgência, o médico expressou preocupação.

“Todos nós ficamos preocupados e a minha preocupação, também como médico que sou, é tentar criar condições para que esses serviços possam responder às nossas necessidades”, afirmou, para acrescentar que “as primeiras pessoas a ficarem desconfortáveis” com esses fechos são os trabalhadores desses serviços.

O novo Conselho de Administração foi nomeado em 30 de dezembro e integra, além de Manuel Carvalho, o enfermeiro diretor Paulo Pereira Lopes e as vogais executivas Filipa Alves Esperança e Neusa Magalhães.

Catarina Faria (diretora clínica para a área dos cuidados de saúde hospitalares) e Denise Cunha Velho (diretora clínica para a área de cuidados de saúde primários), ambas reconduzidas, completam o Conselho de Administração.

A CIM da Região de Leiria integra os municípios de Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Marinha Grande, Pedrógão Grande, Pombal e Porto de Mós.

A área de influência da ULS da Região de Leiria corresponde aos concelhos de Alcobaça, Batalha, Leiria, Marinha Grande, Nazaré, Ourém, Pombal e Porto de Mós. Compreende três hospitais (Leiria, Pombal e Alcobaça) e 10 centros de saúde.

Questionado sobre o que gostaria de dizer aos utentes desta região dentro de um ano, Manuel Carvalho respondeu: “Que eles tivessem já a perceção (…) de que estamos a trabalhar para - não vou prometer que todos os problemas serão resolvidos - que já se veja que há um caminho na resolução desses problemas”.

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