Abertura
Abandono da ETES irrita autarcas, suinicultores e população
O anúncio do ministro do Ambiente de que não será construída uma estação de tratamento de efluentes suinícolas em Leiria, por falta de compromisso com os empresários do sector, deixou os vários actores deste processo incrédulos e não poupam críticas à tutela
No mesmo dia em que o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, anunciou na Marinha Grande que não será construída uma estação de tratamento de efluentes suinícolas (ETES) em Leiria, por falta de compromisso com os empresários do sector, Paulo Batista Santos, presidente da Câmara da Batalha, enviou um ofício ao ministro, salientando que o seu concelho “há vários anos defende que a construção da ETES do Lis é um projecto de relevante interesse público e essencial ao plano de despoluição da bacia hidrográfica do Lis, bem como de regularização do sector pecuário da região e com impacto directo, entre outros, nos municípios de Leiria, Pombal, Ourém, Batalha, Marinha Grande e Porto de Mós”.
O autarca destacou que “a construção de uma ETES constitui um projecto- chave para a despoluição dos cursos de água da bacia hidrográfica do Rio Lis, bem como representa um investimento indispensável para a sustentabilidade da actividade suinícola na região”.
Considerando “grave” esta decisão anunciada, “pelas graves consequências ambientais”, o autarca questiona João Pedro Matos Fernandes sobre os “resultados do estudo realizado pela AdP [Águas de Portugal] Energias” e “qual a alternativa viável do Governo para o tratamento dos efluentes suinícolas e de despoluição da bacia hidrográfica do Lis”.
Uma semana depois, em declarações ao JORNAL DE LEIRIA, Paulo Batista Santos considera as declarações de “grande irresponsabilidade para um titular político, já que foi ele próprio quem anunciou o modelo de gestão e de implementação do projecto da ETES de Leiria, exclusivamente público”.
O autarca recorda que o governante anunciou, na altura, que “não se coloca a raposa no galinheiro, aludindo aos suinicultores que deviam ficar fora da operação” e, “agora, pelas suas declarações,diz que não avança com o projecto porque os empresários do sector da suinicultura não se comprometem com ele”.
“É um absurdo, pois foi o ministro quem os afastou.”
Paulo Batista Santos considera também grave o anúncio, “sem apresentar à região e ao País uma solução ambientalmente sustentável para resolver um problema que se tem agravado, da produção de efluentes não tratados”.
“Contraria tudo aquilo que o ministro conversou com os autarcas da região e a que se comprometeu. Já deveria ter apresentado o estudo de um milhão de euros que encomendou à AdP Energias para o processo de concepção de construção exclusivamente pública da ETES de Leiria&r
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