Viver
Clássicos e não só: 10 filmes e 10 canções para celebrar o Natal
Listas para o conforto do sofá, com sugestões de Miguel Chagas, Inês Apenas, Natércia Lameiro, Carlos Calika, Cátia Biscaia e Álvaro Romão
Natal é sinónimo de listas. Este ano, as sugestões do JORNAL DE LEIRIA para ver e ouvir durante a época festiva são da autoria de Miguel Chagas, Inês Apenas, Natércia Lameiro, Carlos Calika, Cátia Biscaia e Álvaro Romão.
Nas 20 propostas (10 canções e 10 filmes) não se inclui o clássico Sozinho em Casa, mas não faltam os Wham nem aquele hit quase obrigatório em cada mês de Dezembro.
“Last Christmas” é uma escolha do radialista Miguel Chagas, por ser um single que “cheira a Natal, é sobre o Natal e vem de uma década dourada da música, os anos 80”.
De resto, “cada um sente o Natal à sua maneira”, comenta o DJ da dupla Usados com Garantia. “Há até quem não goste, eu adoro. Adoro o dar muito mais que o receber, são feitios. Também na música as escolhas serão sempre pessoais e à medida das disposições do momento”.
Aos Wham, junta The Pogues (“Fairytale of New York”, porque “se há música de Natal com sentimento é esta”), Chris Rea (“Driving Home for Christmas”, que “espelha o sentimento global da véspera, a caminho de casa”) e, em português, Anjos com Susana, “Nesta Noite Branca”. Sem medos. “Muitos vão dizer que pinga azeite, pois pinga, e daí? É Natal, é em português, toda a gente sabe a letra e todos cantam. Faz-nos sentir bem”.
Mais jovem, a cantora e compositora Inês Apenas, que vai participar no próximo Festival da Canção, combina estéticas de diferentes gerações e sugere “Santa Tell Me”, de Ariana Grande, para “uma onda mais pop com voz cristalina”, ainda “That's Christmas To Me”, do grupo americano a capella Pentatonix, que, segundo a artista de Leiria, “transforma tudo em magia”, e, por fim, “So This Is Christmas”, por John Lennon, “um clássico de união e um apelo ao fim da guerra”.
As últimas três entradas na playlist são assinadas por Natércia Lameiro: Rosemary Clooney com “Sleep Well, Little Children”, uma “canção de embalar natalícia” em que participam os Earl Brown Singers; os portugueses Gemini com “É Natal, Feliz Natal” – “provavelmente, a música que mais cantei em família”, explica a cantautora de Leiria a viver em Espanha. “Conta-nos que mesmo que tudo vá mal podemos-nos sempre “encher de esperança, sair para a rua e vender alegria”” – e, a fechar, “Natal Mais uma Vez”, por Luísa Sobral, um tema “onde os “pijamas são vestidos de gala””.
Dias (e noites) de Natal são, por outro lado, um óptimo pretexto para rever obras de cinema e a realizadora e fotógrafa Cátia Biscaia escolhe Eduardo Mãos de Tesoura, de Tim Burton, que considera “comovente, romântico, mágico e triste”; o musical O Estranho Mundo de Jack, de Henry Selick, co-produzido e co-escrito por Tim Burton, que fornece “uma análise do porquê de o Natal ser tão especial e mágico além daquilo que conseguimos por fora”; Feliz Natal, Charlie Brown, filme de animação “sobre a busca do significado do Natal numa época de consumismo”, que a co-organizadora do Leiria Film Fest descreve como “icónico, reflexivo e adorável”, e ainda, O Amor Acontece, de Richard Curtis, “nove histórias que se interligam, funcionam, têm um final feliz e nos remetem para uma magia de Natal em que tudo é possível”.
Da responsabilidade de Álvaro Romão, chegam três propostas “para chorar a catarse”: It's a Wonderful Life, de Frank Capra (em português, Do Céu Caiu uma Estrela), Merry Christmas, Mr. Lawrence, de Nagisa Ôshima (Feliz Natal, Mr. Lawrence) e um episódio especial da séria Euphoria, de Sam Levinson, com o título “Trouble Don't Last Always”, que se passa “numa cafetaria muito Hopper, aberta toda a noite, onde duas personagens aditivas conversam sobre a miséria das suas vidas e a esperança que tentam manter viva a todo o custo”.
O realizador de Leiria explica que as três obras mostram “que há sempre um caminho possível que nos leva à sagração, ou pelo menos ao perdão”. O período de Natal “não é só prendas, bacalhau com todos ou rabanadas”, vem “imbuído de um espírito, o Espírito de Natal, que apela ao amor entre os Homens e à disseminação da paz por entre os povos”. O cinema procura “captar esse espírito através dos mais diversos ângulos” e alguns filmes “fazem já parte da simbologia, como a árvore de Natal ou o presépio”, diz ao JORNAL DE LEIRIA.
Para fechar a lista, Carlos Calika começa por recordar Gremlins, de Joe Dante. “Como fã de cinema fantástico, não poderia deixar de recomendar Gremlins. Marcou a minha infância. A história de uma família e de um presente muito especial, na forma de uma criatura mística chamada Mogwai, uma criatura com bom coração, mas que, involuntariamente, poderá causar o fim do mundo devido a circunstâncias assustadoras”.
O director do HaHaArt Film Fest propõe também Pinóquio, de Guillermo del Toro, realizador que, recorrendo a animação em stop motion, relembra, “de forma magistral”, que “o amor e a amizade, aliados ao sonho, podem alcançar o impossível”, e Rare Exports, de Jalmari Helander, filme finlandês “nascido de uma curta metragem em que o Pai Natal é um animal selvagem, de uma espécie ancestral, que após ser capturado, pode ser treinado e educado para se tornar um verdadeiro São Nicolau”, conceito que a longa metragem “leva ainda mais longe” para explorar o espírito natalício “de uma forma única e extremamente original”.