Sociedade
Deputados do PS questionam Ministério da Saúde sobre falta de médicos em Castanheira de Pera
Parlamentares pretendem saber ainda onde serão criadas as cinco Unidades de Saúde Familiar modelo C no distrito
Os deputados do PS eleitos pelo círculo de Leiria enviaram uma pergunta à ministra da Saúde a questionar sobre a falta de médicos de família em Castanheira de Pera e para quando e onde a criação das Unidades de Saúde Familiar (USF) modelo C no distrito.
Na missiva enviada, na quarta-feira, ao Governo, os parlamentares denunciaram a falta de médico de família na Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) de Castanheira de Pera e questionaram a ministra da Saúde “quanto ao processo de colocação” na UCSP de médico de medicina geral e familiar “para atender esta população, que se encontra sem recursos médicos desde 9 de Setembro, como é público pela nota de imprensa do Município de Castanheira de Pera”.
“Apesar do enorme esforço da autarquia, que assume por si custos relevantes para contribuir para a fixação de pessoal médico, tais esforços não conseguem ser por si só suficientes para resolver a carência de cuidados médicos”, frisam os socialistas.
Para os deputados, a situação é ainda mais preocupante, tendo em conta o envelhecimento da população local, “com enfermidades crónicas, escassez de transportes públicos, a que se soma a inexistência de qualquer oferta complementar de natureza social ou privada”.
Os parlamentares pretendem também saber qual foi a avaliação realizada às USF modelo B no distrito de Leiria e que estudos foram efectuados, “do ponto de vista do serviço e dos custos de operação”, para determinar a localização e a criação das cinco USF C.
“Depois de um Verão pior do que o ano passado, onde as grávidas do distrito foram abandonadas, percorrendo mais de 200 quilómetros para ter os seus filhos, o Outono começa com falta de médicos de família e com a incerteza das medidas anunciadas, de que não se conhece nenhum estudo de viabilidade”, referem os deputados.
Para Eurico Brilhante Dias, Walter Chicharro e Ana Sofia Antunes, é “um desnorte, a que não é alheia a voragem com que, sem preparação, foi substituído o Dr. Fernando Araújo como director executivo do Serviço Nacional de Saúde”.
“Se continuar a colocar os lugares à frente do interesse das populações, vamos por mau caminho”, acrescentou Eurico Brilhante Dias, citado num comunicado.
O Governo aprovou no início do mês a criação de USF geridas pelos sectores social e privado, estando previstas dez em Lisboa e Vale do Tejo, cinco em Leiria e outras cinco no Algarve.