Abertura
"Muito foi feito, mas muito está por fazer". Câmara da Marinha Grande pede mais investimento no Pinhal de Leiria
O presidente do Município da Marinha Grande, Aurélio Ferreira, avisa que é preciso intensificar o investimento nas zonas do Pinhal de Leiria que não arderam, sob pena de voltarem a existir focos de risco de incêndio como aconteceu em 2017
Para o presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande, fica clara “a necessidade de um maior investimento” do Estado no Pinhal de Leiria. Incluindo, na rede viária que continua por beneficiar, e, em concreto, no troço de 2,7 quilómetros que liga Pedreanes à estrada de São Pedro de Moel, para o qual o Município diz já ter elaborado o respectivo projecto. Mas não só.
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“O ICNF tem realizado acções para a recuperação da Mata”, começa por referir Aurélio Ferreira, em declarações, por escrito, ao JORNAL DE LEIRIA. Ao mesmo tempo, tem-se assistido “a ações de limpeza e gestão de combustível na Mata Nacional, por parte do seu legítimo proprietário”. No entanto, conclui, “ainda não é suficiente, sobretudo no pinhal que não ardeu. É preciso continuar e intensificar esse investimento, sob pena de voltarmos a ter novos focos de risco de incêndio florestal, como aconteceu em 2017”.
O autarca reitera “a necessidade de se fazer um maior investimento” e “não apenas na reflorestação”.
“Sete anos após o incêndio, já observamos pinheiros, mas também outras espécies, sobretudo o eucalipto e as acácias que têm um crescimento muito mais rápido do que o pinheiro. Urge controlar o crescimento e proliferação destas invasoras”, aponta o presidente do Município.
“Temos a consciência de que o Pinhal do Rei não se reergue num curto espaço de tempo, mas a sua recuperação torna-se central para a população do concelho. Muito foi feito, mas, também, muito ainda está por fazer. E, por isso, exigimos que a reflorestação conste da agenda de prioridades do Governo, nomeadamente das acções do ICNF, com quem sempre manifestámos disponibilidade para trabalhar em parceria”, realça.
Aurélio Ferreira adianta que tem a garantia do ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (a entidade responsável pela gestão da Mata Nacional de Leiria) de que os investimentos vão prosseguir em 2025 e que globalmente o plano já iniciado em 2018 abrange arborização, aproveitamento da regeneração natural, protecção da área não ardida, controlo de invasoras lenhosas, fitossanidade e rede viária.
Quanto ao Museu da Floresta, o autarca lembra que “em junho de 2023 e a pedido do Fundo Revive Natureza, a Câmara Municipal da Marinha Grande enviou o Plano Estratégico de Requalificação do Parque do Engenho”. E explica: “desde então, temos procurado negociar que o Parque do Engenho acolha duas valências: a componente de Museu Nacional da Floresta e uma componente turística para fixação de uma unidade hoteleira a explorar /concessionar pelo Fundo Revive Natureza”.
“Temos consciência da importância que a Marinha Grande tem no contexto da floresta pública nacional e embora não sejamos os “gestores” de 2/3 do nosso território” – conclui Aurélio Ferreira – “possuímos o sentido de dever público de tudo fazermos, no que estiver ao nosso alcance, para devolvermos o legado do Pinhal do Rei às gerações mais jovens, num claro compromisso de fazermos a mudança”.