Sociedade
Por risco de saúde, cemitério de Pombal deixa de receber enterramentos
Características do terreno não permitem a decomposição completa no solo, por ser “predominantemente argiloso”
A partir de 15 de Setembro, o cemitério de Pombal vai deixar de receber enterramentos de corpos, passando as inumações no solo a serem realizadas no cemitério do Casal Velho.
Segundo uma análise realizada pela Comissão de Fiscalização de Massas Minerais do município, as características do terreno não permitem a decomposição completa no solo, por ser “predominantemente argiloso”.
Além disso, a flutuação do nível freático, nos dois primeiros metros de profundidade, causa o aparecimento, de água dentro das sepulturas, mesmo nos meses secos, provocando a contaminação do aquífero.
Na última reunião de Câmara, o presidente da autarquia justificou que se trata de uma “questão ambiental e de saúde pública”, que “se arrasta há demasiado tempo”.
Pedro Pimpão disse compreender que poderá haver quem, entre os munícipes de Pombal, que desagradado com as medidas, contudo, está a ser dado “um compasso de espera até ao dia 15 de Setembro, para que a comunidade possa assimilar as novas regras”.
“A inumação temporária em gavetão, para decomposição e posterior transladação para sepultura no solo é uma solução imediata, porém, o ideal seria escolher uma sepultura num local como o cemitério do Casal Velho, que apresenta as condições geomorfológicas ideais”, resumiu.
Em Setembro, não será possível a sepultura no solo, salvo cinzas e ossadas, embora seja concedida a possibilidade de inumação temporária em gavetão, para decomposição e posterior trasladação para o solo.
Os titulares de sepulturas concessionadas poderão transferir esse direito concessionado para outro cemitério municipal.
A câmara pretende, por outro lado, estabelecer “um plano de reordenamento da área de expansão existente no cemitério, prevendo novas formas de inumação adequadas às características do local, designadamente Jardim das Memórias/Columbário, Talhões-Jardim sem campas, reforçando os gavetões e os ossários”, impermeabilizar os espaços entre sepulturas, reorganizar os talhões mais antigos e reforçar a arborização e o enquadramento paisagístico do espaço.
A deslocalização da Casa Mortuária da Igreja do Carmo para o cemitério, após requalificação da capela que ali existe, também faz parte das possibilidades.
Pedro Pimpão adiantou, durante a reunião do executivo municipal, que a autarquia tentou identificar outra localização para um cemitério no perímetro urbano de Pombal, porém, “não há outra, com as condições para o efeito”.