Sociedade
Protesto a pedir hospital do Oeste em Caldas da Rainha juntou mais de 300 pessoas
Novo hospital no Bombarral será o fim do actual hospital de Caldas da Rainha
Folhetos a explicar a posição da Câmara de Caldas da Rainha, que se opõe à escolha de construir o novo hospital do Oeste no Bombarral, pelo Executivo de António Costa, foram hoje distribuídos às cerca de 300 pessoas que protestaram nas ruas de Caldas contra a decisão.
O novo hospital do Oeste substituirá o actual Centro Hospitalar do Oeste (CHO), que integra os hospitais das Caldas da Rainha, Peniche e Torres Vedras.
Recorde-se que os municípios de Óbidos e Caldas da Rainha defendem a criação da nova unidade de saúde num terreno limítrofe ao limite dos dois concelhos, numa localização que poderia servir a zona sul do Centro Hospitalar de Leiria, o Oeste e ainda parte do território do distrito de Santarém.
A ser criado no Bombarral, defendem, o hospital ficará limitado a servir a coroa norte de Lisboa e o Oeste.
Mas, além disso, a mensagem endereçada à comunidade local e contida no folheto hoje distribuído, refere que o Governo está a "violar" os instrumentos de ordenamento do território e que tal implicará o encerramento do hospital da cidade.
"Caldas da Rainha, com uma história de mais de 500 anos de cuidados hospitalares, não pode ficar sem essa resposta", disse o presidente da Câmara, Vítor Marques, no local de concentração da manifestação, junto à estátua da rainha D. Leonor.
O local foi escolhido por esta ter sido a fundadora do hospital termal ali ao lado, que, hoje, está coberto por panos pretos em "luto" pelo futuro do estabelecimento de saúde local.
Várias outras fachadas e janelas de edifícios públicos, lojas e habitações do centro da cidade ostentam o mesmo sinal de protesto.
“Estamos em luta pelo hospital. Eu luto pelo hospital”, afirmou Vítor Marques durante a concentração.
Entre a população presente, havia quem dissesse que "é inadmissível deixar uma cidade com mais de 50 mil habitantes sem hospital", lamento a escolha do ministro da Saúde, Manuel Pizarro.
Vítor Marques explicou que o terreno proposto por Caldas e Óbidos tem "cerca de 60 hectares, 25 dos quais do domínio público, e fica junto ao nó da A8, a 600 metros da A15, a 1.600 metros do IP6 e próximo da linha férrea".
"Seria uma forma de tirar partido do investimento que está finalmente a ser feito na ferrovia", afirmou, sublinhando que "mais de 75% dos actos hospitalares são marcados, ou seja não são urgência".
O presidente da câmara acredita que "ainda é possível reverter a decisão" do Governo, que, caso avance, "põe em causa uma região", além de "contrariar" os instrumentos de ordenamento do território.
"Tanto o Plano Regional como o Plano Nacional de Ordenamento do Território indicam que um equipamento desta natureza só tem dois locais possíveis nesta região, Caldas da Rainha ou Torres Vedras", resumiu.
Na terça-feira, dia 11, está convocada uma sessão extraordinária da Assembleia Municipal, aberta à população, a realizar no auditório do Centro Cultural e de Congressos da Caldas da Rainha.