Viver
Entre desafios e conquistas, associações culturais transformam territórios
ACR da Comeira e Teatro à Solta promoveram reflexão num ciclo de encontros
Afinal, o que é isso de cultura? Que influência têm as associações, que produzem teatro, música, desporto ou folclore junto da sua comunidade? Em que medida desenvolvem o território onde se integram? E como geram coesão social?
Estas foram algumas questões que o antropólogo e dirigente associativo Augusto Flor lançou esta tarde, durante a última sessão do ciclo de encontros, organizado pela ACR Comeira e pela companhia Teatro à Solta, onde, desta vez, com moderação do jurista Sérgio Pratas, se reflectiu sobre O Poder Transformador das Associações Culturais no Desenvolvimento do Território.
Presente nesta colectividade da Marinha Grande esteve também Sara Fernandes, vice-presidente da Confederação Portuguesa de Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto, que abordou o contexto actual destas associações. Se estas instituições quiserem "levantar do sofá" as gerações mais jovens, terão de se ajustar a novos interesses e saber lançar desafios mais ajustados a este público, salientou.
Por outro lado, Sara Fernandes lamentou que, se grande parte das associações trabalha em parceria com as autarquias locais, essa cooperação não existe da parte da Administração Central, quando estas instituições geram cultura, valor económico e emprego nos seus territórios.
Da falta de atenção de algumas pessoas, nas autarquias e não só, para com projectos de índole cultural, pedagógica e social, se queixou também o professor Paulo Tojeira, que recordou o processo difícil que foi encontrar casa para acolher a associação Tocándar.
Um projecto com mais de duas décadas, que, através da música e do ritmo dos bombos, devolveu o prazer a muitos jovens da Marinha Grande, que então eram consumidos pela adição ao álcool e à droga, recordou o professor.
Um percurso de desafios, mas também de conquistas, espectáculos, intercâmbios e partilha de saber, que tem valido a pena, observou Paulo Tojeira.
Entre outros parceiros, esta iniciativa contou com o apoio da Direcção-Geral da Cultura do Centro e do JORNAL DE LEIRIA.