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Museu do Vidro da Marinha Grande deve passar a ter produção de arte feita ao vivo

20 abr 2022 09:25

Sindicato defende que museu deve ser alargado à Fábrica Escola Irmãos Stephens

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Fábrica-escola encerrou em 1992 e foi adquirida pelo município em 2018
Ricardo Graça
Redacção/Agência Lusa

O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Vidreira (STIV) quer que o Museu do Vidro seja alargado às antigas instalações da Fábrica Escola Irmãos Stephens (FEIS), adquiridas pela Câmara da Marinha Grande em 2018.

“O que o Sindicato Vidreiro gostaria é que o Museu do Vidro se alargasse para o espaço emblemático da Fábrica Escola Irmãos Stephens e aí tenha demonstrações ao vivo de todo o tipo de vidro e de decoração, para manter a tradição e o saber fazer, e, assim, criar mais interesse para os visitantes nacionais e internacionais”, afirmou à agência Lusa a coordenadora do sindicato, Etelvina Rosa.

Para Etelvina Rosa, “a divulgação da arte vidreira em todas as vertentes, o fabrico e também os diversos tipos de acabamentos, o corte, a lapidação, a pintura, as diversas formas de gravação, incluindo a pantogravura”, são outros dos objectivos que o STIV gostaria de ver alcançados em 2022, quando se assinala o Ano Internacional do Vidro.

Também o presidente da Câmara da Marinha Grande, Aurélio Ferreira, reconheceu que o Museu do Vidro, que completa 25 anos em 2023, tem de crescer, assumindo que o espaço é hoje, “essencialmente, uma exposição de peças”, mas tem de ter “alguma coisa viva”.

“O museu tem de ter uma actividade de maneira que as pessoas quando vêm visitar vejam vidro a produzir”, defendeu, admitindo que a proposta do STIV é positiva.

Aurélio Ferreira explicou que a Câmara conta lançar este ano uma consulta para a população escolher o destino das instalações da antiga FEIS, adquiridas pelo município por 1,2 milhões.

“Vamos ver se também este ano lançamos - é esse o nosso projeto - o que é que os marinhenses querem para a FEIS”, afirmou, apontando para o espaço “alguma coisa que tivesse visibilidade”, porque a “História da Marinha Grande está ali e os marinhenses vão querer rever-se naquilo que ali vai fazer-se”.

“Não vamos fazer aqui nada que seja uma revolução e que ninguém mais se lembra que ali foi o berço da Marinha Grande ou que foi a Fábrica Escola”, assegurou. Para já, está em curso no espaço um estudo histórico e arqueológico-industrial pelo investigador Jorge Custódio.

“É um trabalho que já iniciámos no início deste ano. (…) Espero que lá para setembro tenhamos aqui já uma identificação do que é que arqueologicamente tem valor dentro deste edificado e o que não tem”, explicou.