Saúde

Politécnico de Leiria dá respostas a ameaças emergentes na saúde

7 set 2024 09:00

Centro de Diagnóstico está certificado pelo Instituto Ricardo Jorge e pela Entidade Reguladora da Saúde

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Laboratório vai funcionar no campus 5, em Leiria
Elisabete Cruz

Está em Leiria um Centro de Diagnóstico para a Comunidade certificado e apto para dar respostas a ameaças emergentes na saúde. O laboratório surge da adaptação do Centro de Diagnóstico Covid-19, criado durante a pandemia no edifício Cetemares do Politécnico de Leiria, em Peniche.

Ultrapassada a pandemia, os investigadores entenderam não desmantelar um equipamento que pode continuar a ser útil à comunidade. Marco Lemos, director do Centro de Diagnóstico Covid-19, contactou o Centro de Inovação em Tecnologias e Cuidados de Saúde (ciTechCare) e propôs transferir o laboratório para Leiria.

“Para nós faz todo o sentido pensar nesta infra-estrutura para o futuro, até porque já temos alguns projectos muito relacionados com o diagnóstico de ameaças emergentes de saúde pública”, constata Maria Guarino.

A coordenadora do ciTechCare exemplifica com investigação na área da prevenção de infecções e resistência aos antibióticos, assim como a “recolha de amostras de ar nas instituições de saúde para perceber que tipo de bactéria e de microrganismo existem nestas instituições e como podemos dar resposta a essas ameaças”.

“A verdade é que queríamos ir mais além. Aproveitando um registo que o Centro de Diagnóstico Covid já tinha na Entidade Reguladora da Saúde (ERS), fizemos o pedido para renovar esse registo e transformarmos o Centro de Diagnóstico Covid num Centro Diagnóstico para a Comunidade”, acrescenta Maria Guarino.

Com a emergência de doenças como a Mpox e a identificação na região de mosquitos que transmitem o dengue, esta infra-estrutura poderá colaborar em testagem massiva, em caso de uma futura emergência de saúde pública.

“Somos agora uma estrutura de vigilância. Não nos queremos substituir, neste momento, a fazer os testes. Mas a qualquer momento pode ser necessário e nós temos essas competências técnico-científicas. Por exemplo, estamos em período de emergência de saúde pública global, com o Mpox. Não sendo um problema específico para o País e para a região, para já, mas, se vier a ser, estamos prontos para dar uma resposta em poucas semanas. Estaremos do mesmo modo prontos para outros surtos”, afirma Marco Lemos, ao salientar que esta estrutura “ainda faz parte da rede de laboratórios científicos para situações de emergência e risco de saúde pública”.

O investigador salienta que “com as alterações climáticas e com as zoonoses, cada vez mais, há maior risco de aparecerem novos vírus e novas bactérias que possam ter um grande impacto”.

Apesar de ficar sediado no ciTechCare, o laboratório continuará a contar com o apoio da equipa da Escola Superior de Tecnologia de Turismo e Tecnologia do Mar, aproveitando todo o “know-how de biologia molecular e genética de recursos humanos altamente especializados, o que é fundamental para dar resposta a ameaças epidémicas”, constata Maria Guarino.

A responsável frisa que a infra-estrutura que ocupará uma das alas do edifício do campus 5, cumprirá as “exigências técnicas e científicas do Instituto Ricardo Jorge e da Entidade Reguladora da Saúde”, que certificaram o centro de diagnóstico.