Sociedade
Projecto da central termo-eléctrica gera polémica em Porto de Mós
Oposição acusa executivo de “suspender” saneamento para avançar com “obra do regime”
Em discussão, estava o orçamento e as grandes opções do plano da câmara para 2016. Mas, o projecto de requalificação da antiga central termo-eléctrica acabou por dominar a última sessão da Assembleia Municipal de Porto de Mós, realizada na passada sexta-feira.
Das bancadas do PSD e do CDS-PP choveram críticas a esta “obra do regime”, como a apelidou Mário Cruz.
A oposição contestou a dimensão do investimento, que rondará os 4,5 milhões de euros e que poderá não ser comparticipado por fundos comunitários, com alguns deputados a acusaram ainda o executivo de estar a “suspender ou adiar” obras de saneamento, para poder avançar com a intervenção na central.
No entanto, tanto o presidente como o vice-presidente da câmara asseguraram que a obra, a avançar em 2016, não porá em causa o equilíbrio financeiro do município. Um dos mais críticos foi Júlio Vieira (PSD).
“Não há um único portomosense que não queira ver a central recuperada. A questão é que uma obra de quase cinco milhões de euros, num orçamento anual que, para despesas de capital, tem apenas cinco milhões, é uma pipa de massa”, afirmou o social-democrata.
Lamentando que, “ao contrário do que foi prometido”, o projecto não tenha sido debatido pela Assembleia Municipal, Júlio Vieira questionou ainda o facto de “mais de 50% do edifício ser para arquivo municipal”.
“É curto e preocupante (…). Não estou a ver alguém vir a Porto de Mós para visitar o arquivo”, disse. Por seu lado, Mário Cruz (CDS-PP) expressou receios de que esta “obra do regime” possa representar “uma pesada factura para o futuro, quer pelo custo de construção quer pelos gastos com a manutenção”.
“Que espólio terá Porto de Mós que não possa ser albergado de forma digna com a requalificação do actual museu?”, questionou, defendendo que faria mais sentido recuperar a central para “atrair jovens empreendedores, com o apoio de universidades”.
Confessando “não gostar” de ver o edifício da central “tal como está”, Gabriel Vala (PSD) questionou, contudo, a oportunidade do investimento. “Será esta a altura mais oportuna ou deveríamos adiar, mais uma vez, e optar por investimentos mais prioritários, como o saneamento e outros que ainda estão aquém do desejado, e esquecer eleições ou compromissos eleitorais”, defendeu.
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