Opinião
Turismo: números e distinções
A qualidade da política turística consolida Portugal enquanto destino distintivo
Portugal inaugurou 418 hotéis em três anos e há mais 60 prestes a abrir, sendo o segundo país da União Europeia em que a oferta turística mais cresce. Estes dados são tornados públicos quando a Bolsa de Turismo de Lisboa (2024) atingiu um número recorde de visitantes (79 mil), superando a mediática e dispendiosa Websummit (2023).
Estes dados são conhecidos ao mesmo tempo em que na 31.ª edição dos World Travel Awards, Portugal foi distinguido em 31 categorias: Madeira, Porto Santo, Lisboa e Porto: Melhor Destino Insular, Melhor Destino de Praia, Melhor Destino Urbano e Melhor Destino Metropolitano à BeiraMar, respetivamente. Braga recebeu o prémio de Destino Emergente e os Açores o Melhor Destino de Aventura. Os Passadiços do Paiva voltam a ser distinguidos como a Melhor Atração Turística do Mundo no segmento Aventura. A TAP (a polémica TAP) foi considerada a Melhor Companhia Aérea da Europa para viajar para a América do Sul e África, a Azores Airlines como a Melhor Companhia Aérea da Europa para a América do Norte e a Madeira Promotion Bureau como a Melhor Entidade de Turismo.
Para além destas distinções territoriais e institucionais destacam-se os galardões para o Dark Sky Alqueva e para os Passadiços do Mondego, e outros 17 atribuídos a empresas e hotéis em várias categorias. Estas distinções reconhecem e validam o trabalho desenvolvido na indústria turística, evidenciando a competitividade e a qualidade das estruturas e dos serviços.
Recorde-se que a qualidade não se adquire por decreto ou regulamento. Ela advém da capacidade de gestão, da dinâmica das equipas, dos planos de ação de empresas e organismos públicos. Sendo uma prática e não um objetivo, a qualidade da política turística consolida Portugal enquanto destino distintivo.
Mas voltemos ao número dos hotéis: 418 inaugurados nos últimos 3 anos. Um inegável e expressivo contributo para a economia portuguesa e para a criação de emprego, alavancando as empresas fornecedoras de serviços que sustentam a atividade turística. Serão mais 60 hotéis até ao fim do ano... Isto sem nos debruçarmos sobre os dados das unidades de alojamento local que têm contribuído para a requalificação de imóveis devolutos em concelhos do interior do país.
Estes investimentos resultam de um conjunto de fatores que Portugal reúne e que têm sido potenciados ao longo das últimas duas décadas: a dinamização dos recursos turísticos e uma estruturada política de turismo alinhada com a atividade empresarial e os domínios públicos (Turismo de Portugal, Entidades Regionais de Turismo, Comunidades Intermunicipais e Autarquias).
Importa não perder o foco e reforçar o planeamento a curto e médio prazo, em constante articulação com todos os intervenientes da atividade turística.